Oi, eu sou Luana Moreira; venho aqui para escrever esse conto parcialmente verídico. Tudo aconteceu na época de escola, era um colégio católico aqui de Fortaleza, onde eu já estudava a 2 anos, estava agora no terceiro ano do ensino médio 2012 para ser mais exata. Eu já conhecia todos... Nunca fui a mais linda da turma mas a minha espontaneidade, meu sorriso fácil e meu jeito educado envolviam a todos, inclusive aos professores (tenho certeza que passei de ano por ser amiga de todos eles). No meio do ano entrou um novato todos estávamos curiosos para saber quem ele é. E quais eram os mistérios que aquele garoto tinham. Ele estava fardado com o uniforme da escola, mas usava óculos escuros e boné em sala de aula coisa que não é permitida pois a escola é muito rígida. Lembro como se fosse agora no momento em que vi aquele rapaz alto, branco e nitidamente tímido entrando em sala. Logo fui falar com ele.
-Oi, tudo bom? Eu sou Luana mas todos me chamam de Luh. Sem qualquer pausa para ele pensar eu já estava sentada ao lado dele fazendo mil perguntas.
-Oi, eu sou Thafarel- pensei nossa que nome de velho.
Algum tempo depois ele me explicou que foi por conta de um jogador.
O tempo foi passando e todo mundo da sala mangava da gente diziam que nos namorávamos (mangar aqui no Ceará é como tirar sarro de alguém), eu nem ligava no fundo sabia que o Thafarel precisava de mim. Ele disse depois no facebook que eu fui a primeira amiga aqui.
Um dia qualquer cheguei atrasada em sala de aula e não pude entrar, conhecidamente o professor também se atrasou. Os meninos pegaram o boné dele e figaram jogando de um lado para o outro com a nítida intenção de caçoarem do mesmo. Meu amigo ficou transtornado e jogou a cadeira em um dos meninos e depois começou a quebrar tudo, as meninas ficaram chorando e o mesmo rapaz que levou a cadeirada imobilizou o Thafarel; até a coordenadora chegar e mandar todos os envolvidos para direção.
Depois desse lamentável acontecimento meu querido amigo passou dias sem ir à aula, depois soubemos que ele é autista, e que o boné e os óculos são a forma que ele encontrou para "se proteger"... Afinal ninguém é culpado por arrumar fulgas, na verdade acredito que todos nós tentamos nos esconder atrás de algo por exemplo a maquiagem ou carros (isso não importa agora).
Quando ele voltou meu coração soltava pela boca, nossa, como eu estava feliz por reencontra-lo. Todos nós agimos como se nada tivesse acontecido então já estava próximo do meu aniversário e eu pedi a presença dele na minha festa. Ele foi...
Chorei quando meu primeiro convidado chegou. Era o meu amor... logo todos chegaram inclusive os agressores.
-Tá tudo bem? Todos estão aqui- perguntei
-Tá tudo ótimo, é eu sei você está aqui- respondeu. Quando ele disse isso me senti abraçada. Logo depois ele foi embora e nos vimos na escola. Nunca nos beijamos e nem mesmo nos paqueramos mas eu amo o Thafarel. Fiquei incrivelmente bonita depois daquele tempo e gostaria de revelo mas infelizmente ele foi morar em outra cidade, mas tenho certeza que hoje eu daria uma chance pra nós.
Beijos- esse foi o meu primeiro conto. Obrigado pela leitura. Por favor deixem críticas produtivas. Se vocês gostarem eu continuo escrevendo.