Em fim tomei coragem, e ao som da La Traviatra de Verdi escrevo este relato. Enquanto isso a movimentada Avenida Epitácio Pessoa, não dorme nunca. Talvez, esse, fosse o preço a pagar ao se mora na, tão aclamada, cidade maravilhosa. Com a janela do escritório fechada, não ouço os cintilar das luzes piscando ao redor da lagoa Rodrigo de Freitas; mesmo assim, o barulho abafado do transito, perturba minha Opera preferida e o sossego no meio da noite. A musica clássica me relaxa. Entretanto, minha deusa, deitada sobre o sofá estampado dorme um sono solto.
Sem calcinha ela usa a camisola branca e decotada que usou pela primeira vez no meu aniversário desse ano, depois que saímos pra comemorar num modesto restaurante nos arredores da cidade carioca. Fora a felicitação mais audaciosa que já havia recebido em minha vida. Lembro-me bem que era um lugar bastante acolhedor e bem rústico. Sentamos um de frente ao outro numa, pequena, mesa ao fundo com Fabiana junto à parede, e de costas pra janela. No final do Jantar, já preste a sair; Fabiana, sem sair da mesa arrancou a calcinha de seu corpo no momento em que o garçom estava preste a servir-nos mais vinho. Não sei como conseguiu fazer aquilo, mas com a calcinha na mão, enterrou a peça intima dentro da taça de vinho deixando, eu e o garçom, totalmente aturdidos ao ver a langery branca dentro de uma taça de vidro. O garçom paralisado olhou-me titubeado; mas, com um sorriso sacana, educadamente Fabiana exigiu que o rapaz completasse a taça com o vinho. Em seguida, com a taça cheia, enquanto o garçom afastava-se de nós, entregou-me felicitando-me pelo aniversário. Fora uma atitude indecente e criativa, mas ao mesmo tempo engraçada ao ver o gargalo da garrafa tremer na boca da taça.
Numa só golada, literalmente, bebi minha mulher. Na saída, com a calcinha de renda molhada e espremida em minha mão, o garçom acompanhou-nos ate a porta escondendo, no sorriso gentil, a timidez da atitude corajosa de minha mulher. Mas antes de abrir-nos a porta ouviu da boca daquela sacana que eu era seu homem, e que dia especiais, também merecem coisas especiais. Ela é implacável, imprevisível; além de impulsiva, totalmente louca.
A sonoridade estridente e aguda de uma sirene rasga a avenida de um canto a outro. Desperta-me de uma viagem ao tempo, onde Fabiana e eu, estávamos com os desejos apimentados para finalizar aquela noite depois que deixamos o restaurante. O som da sirene parece evaporar-se no ar à medida que se afasta, mas não despertou Fabiana do seu sono profundo que apenas se mexeu no sofá. Mas determinado em relatar, com detalhes, um dos momentos casuais de nossa vida sexual que, ate hoje, ainda mexe comigo; minha mente retorna ao expresso do tempo, e meus dedos, sobre as teclas do lap top, dedilham exatamente o que meus pensamentos lhe contam sobre o inverno de 2004, numa bucólica cidade chamada Conservatória, no interior do estado do Rio de janeiro.
É uma cidade pequena, com aproximadamente 4000 habitantes. Uma cidade que parou no tempo com uma arquitetura reluzente e bastante detalhada, do inicio do século XIX. Uma cidade bastante peculiar no modo hospitaleiro de seu povo que, saudosistas, mantêm afixado nomes de musicas nas portas de suas casas. É uma viagem ao tempo do império. É uma viajem aos anos dourados enquanto trovadores com seus violões e nas bocas de dezenas de seresteiros, cantam a saudade arrastando-se pelas ruas de cascalho; pelos casarios, e pela noite adentro.
Nessa viagem ao tempo, lentamente, degusto um vinho sentado à mesa, a frente de um conhecido bar localizado na principal rua da cidade. Com uma voz muito parecida, e entoando Cabocla, um cantor me faz lembrar Nelson Gonçalves. Mesmo sendo inverno, e por sugestão de amigos levamos bastante roupas de frio; mas não era o que parecia, o céu estava limpo e a lua escancarava sua auréola prateada sobre a noite quente.
Com uma estatura mediana, cabelos negros até o meio das costas e olhos castanhos, minha Fabiana, uma competente Geriatra, encontra-se sentada ao meu lado com a cabeça pendente em meu ombro, enquanto a envolvo com meu braço sobre seu ombro nu. Ela usa a saia jeans que dei a ela de presente em uma de nossas viagens ao nordeste, por ser muito curta, segundo ela, nunca a usaria; a não ser em nossos momentos mais íntimos onde ela é a depravação em pessoal.
Confesso que, hoje, sou irracionalmente e, perigosamente apaixonado; e porque não dizer, totalmente, dependente do amor, da presença, das opiniões e das estrepolia de minha mulher. Às vezes eu me pergunto; o que seria de minha vida sem a presença de Fabiana, e como um homem, machucado em seu primeiro casamento, acabara se apaixonando perdidamente por outra mulher que, derrepente, aparece em minha vida em um grupo de amigo e muda minha personalidade e minha vida por completo. Achara eu, nunca mais me apaixonar por mais ninguém depois do abalo sísmico que sofri, onde desestruturou as bases sólidas de minha personalidade, vindo a me tornar em um homem frio, machista e totalmente inseguro para um novo relacionamento. Talvez fosse a maneira brincalhona que ela chama minha atenção quando saio dos limites. Ou quem sabe, as afetuosas saudações quando retorno do trabalho, o abraço sem razão, os acalorados recados românticos ou obscenos deixados dentro de minha pasta ou na caixa postal de meu celular, as trombadas propositais no corredor de nosso apartamento; ou quem sabe fosse o fato dela abandonar o conforto de nosso quarto para, deitada num desconfortável sofá estampado, aguardar que eu a leve pra cama em meu colo, ela sempre gostou disso, desde quando resolvemos morar juntos a dez anos atrás. Talvez fora esses gestos provando seu amor por mim, e com certeza foram essas atitudes que cativaram-me, envolvera-me de tal maneira que acabei me prostrando aos pés de uma deusa que ensinou-me a dizer a ela : ?Eu te amo?.
Tudo nela mexe comigo, principalmente quando transamos. Fico totalmente embasbacado ao ver, como uma dama culta, inteligentíssima; educada numa família rígida e nas melhores escolas do Rio de Janeiro transforma-se numa puta mal criada, numa vadia desbocada e obscena sobre uma cama. Como pode uma mulher, sensível aos problemas alheios; dividida entre o consultório, os afazeres doméstico e ao nosso filho de cinco anos, ainda encontrar tempo para, além de doar-se a asilos, orfanatos e creches, transformar-se numa mulher indecente e sem escrúpulo quando está objetivada em assediar-me. Hoje, por exemplo, sem que eu percebesse, invadiu meu escritório na firma, sentou-se silenciosamente a frente de minha mesa enquanto eu, interiorizado, em meu trabalho surpreendi-me com ela se masturbando com as pernas escancaradas sobre minha mesa abarrotada de trabalho. O susto fora grande, mas o tesão fora intenso ou ver minha mulher toda a vontade tocando-se, gemendo e contorcendo-se na cadeira de madeira com os olhos afixados aos meus. Segundo ela foi me fazer companhia para voltarmos pra casa. Mas, aquela noite, conservatória trazia alguma coisa mágica no ar; alguma coisa que estava preste a acontecer a qualquer momento.
Bem de frente a nós, quase no meio das fileiras de mesa colocada fora do bar sobre um toldo tomado pelo tempo, um homem de meia idade toma sua cerveja tranqüilamente, mas nos observa. Ele tenta, mas suas atitudes, e o modo sem jeito de disfarçar os olhares sobre Fabiana, o delatam. Nesse momento uma mulher alta, de cútis branca, dentro de uma calça jeans, cabelos lisos e avermelhados sai do bar; corta a frente desse senhor e segue em direção a um solitário rapaz sentado na ultima mesa da fileira em que estamos. Num ambiente tão alegre, o rapaz trás no rosto, uma aparência melancólica. A calça apertada da mulher, não delineia uma cintura redonda, e nem um corpo muito esbelto, mas a blusa branca sem mangas traça seios bem desenvolvidos. Ao se aproximar do rapaz não se senta à mesa junto a ele, apenas comenta algo em seu ouvido e afasta-se a passos largos em direção a um Astra cinza do outro lado da rua onde alguém a aguarda; mas, mesmo com toda pressa, e por causa do salto alto que usa, tem que conter os passos nas pedras de cascalho. Dentro do carro, a mulher se afasta em direção a capela na entrada da cidade desaparecendo na curva da rua, mas o rapaz não observa isso. Abandonado e sozinho, parece estar, ainda, mais amargurado tentando segurar um choro de decepção. Em seguida, paga a conta e sai cabisbaixo cainhando lentamente, com as mãos no bolso, em direção ao fim da rua. Fabiana, sem deixar de observar os olhares furtivos sobre ela, comenta o que presenciamos.
Convidado á dançar, e conduzido por Fabiana, entro no bar indiferente aos olhares abusados e famintos do senhor meia idade. Com os corpos colados, e no ritmo da musica, arrastávamos nossos pés sobre o piso de madeira corrida; e mesmo tendo que dividir o espaço com instrumentos musicais e sendo interrompidos a todo o momento pelo garçom em atender as mesas que circundam a pequena área, ainda tenho que se sujeitar aos olhares sinistro e insistente daquele sujeito sobre minha mulher. Mas por outro lado eu não tirei a razão dele. Fabiana estava deliciosa, sexy, dentro da saia que disse nunca usar fora de nossas paredes. A blusa estampada, presas nos braços, não cobria seu ombro, mas encobria, quase por completo, o colo de seus seios. Em minha opinião, não reparei nada de vulgar para uma mulher de quarenta anos. No meio da musica, beija meu rosto e solicita que eu peça mais um suco, e que a aguarde na mesa, pois iria ate o toalete e retornaria logo em seguida.
Enquanto Fabiana estava fora pude observar, em mim, um interessante comportamento no ser humano. Será que todas às pessoas se comportam como um todo poderoso quando alguma coisa, sua, chama a atenção de alguém? Por um lado senti-me totalmente lisonjeado por possuir algo que outra pessoa, naquele momento, parecia almejar; mas no meu caso, senti, também, a insegurança das pontadas ciumentas ao ver Fabiana retornando com os cabelos soltos ao vento, sobre um par de sandálias de salto alto. O brinco de argola sob seu cabelo reluziu ao brilho da noite. Era uma noite maravilhosa, e com certeza, nada poderia me tirar do sério, nem mesmo a intransigência de homem mal educado.
Fabiana senta-se ao meu lado enfiando a mão no bolso de minha camisa e em seguida toma em goles o suco que já a aguardava. Ao beijar-me os lábios agarra minha mão e a coloca sobre suas coxas desnudadas. Mas o homem fica ainda mais inquieto quando percebe Fabiana abrindo as pernas e empurrando meus dedos coxas adentro, então meus dedos escorregam sobre seus pelos pubianos; ela havia tirado a calcinha. Então, surpreso, pude entender que o que estava em meu bolso não era seu batom como ela tinha costume de colocar, mas sim uma tanguinha vermelha e rendada que eu a vi vestir de frente ao espelho no quarto do hotel, era mais uma de suas atitude inesperada. Os olhos do coroa, ao presenciar tal coisa, esbugalharam-se como o meu quando; em uma tarde em nosso apartamento, eu falava tranquilamente ao telefone com meu irmão quando fui interrompido com os gritos apavorado de Fabiana para que fosse imediatamente a cozinha. Larguei o telefone com meu irmão na linha e sai em disparada pelo corredor afora, algo, inesperado, acontecia com Fabiana. Num breve momento de tempo, enquanto corria para socorrer minha mulher, vi suas roupas espalhadas pelo chão do corredor. Tudo de pior se passou em minha cabeça; ate que ao chegar à cozinha deparei-me com a filha da puta da Fabiana, totalmente nua ao centro da cozinha, espalhando mel por todo o corpo. Quando percebeu meus olhos esbugalhados pelo susto que me fizera passar, como uma menina levada, olhou-me bem dentro dos olhos e disse para lamber logo antes que às formigas o fizesse. Minha vontade era de matar Fabiana de porrada, mas ao invés disso entrei no clima da brincadeira. Por fim, por tanto canto que se olhava havia marca de mel, leite condensado e calda de morango. Mas dessa vez, antes de Fabiana ir ao toalete, seus lábios não brilharam traçando um sorriso sacana, e nem seus olhos gritaram os lamurientos lampejos de desejo e prazer. Esse era o sinal que eu havia aprendido a perceber em Fabiana quando em sua mente articulava algo inesperado e espetacularmente imprevisível.
Saímos daquele ambiente deixando, talvez, o coroa tão excitando quanto eu depois que me foi sugerido procurar um lugar para ficarmos mais a vontade. Lembro-me bem que era possível contar as estrelas. Não porque eram poucas, mas porque o reflexo da lua cheia, num céu limpo, nos impedia de perder a conta.
Com Fabiana agarrada a meu braço entro numa rua onde há uma grande concentração de pessoas. Paramos para ouvir um entusiasmado homem cantando em verso A Locomotiva 206; um marco da cidade. Uma Maria Fumaça Americana de 1910, aposentada e estacionada, cheia de poeira e ferrugem próxima à antiga estação da Rede Mineira de Viação; que inaugurada por D. Pedro II em 1883, hoje esta transformada em Rodoviária.
Nosso carro esta estacionado na Praça do Chafariz, um pouco distante de onde estávamos. A noite ainda era uma criança e seja lá o que houvesse na mente de minha mulher, com certeza estava preste a explodir; mesmo assim, abraçando-a por trás resolvi ficar por ali mesmo para participar e ouvir a serenata que começava.
Relembrada em cada estrofe e em cada placa afixada nas esquinas das ruas e nas portas das casas, a antologia poética estava gravada nas mentes e cantada nas bocas saudosistas dos seresteiros. Num ritmo orquestrado pelo tom da musica, Fabiana saracoteava sua bunda de encontro a meu pênis. Enquanto sigo a procissão de seresteiro, com o meu corpo colado por de trás ao de Fabiana, ela disfarça suas mãos para dentro de minha calça, agarra e aperta com vontade o corpo enrijecido de meu pênis que já babava e explodia de desejo. Fabiana chama minha atenção para mostrar quem nos seguia a alguns metros ao nosso lado. Mais uma vez deixamos o senhor sozinho, arrastando-se pelas ruas iluminadas pelos postes, e dos acordes da musicalidade temporão.
Abraçados voltamos todo o trajeto que a seresta havia percorrido. Os raios prateados da lua confundem-se com o amarelado artificial das luzes dos postes. Uma brisa fresca assopra nossos corpos enquanto desfrutávamos um romantismo dos anos 50. É fascinante ver as fachadas das casas e as ruas bastante floridas. Pra onde se olha respira-se preservação. Entramos na mesma rua de onde partiu a seresta. Uma estatua, no final da rua, homenageia ao mestre José Borges que segundo a placa aos pés da estatua, é o compositor da musica ?Rua das Flores?, que se transformou no hino dos seresteiros. Caminhando em busca de nosso carro, saímos numa outra rua paralela a que estávamos, enquanto seguíamos a procissão de seresteiros. O salto alto da sandália de Fabiana golpeia o cimento da calçada. São golpes fracos num ritmo lento, mas totalmente de sincronizados dos acordes e refrões dos seresteiros que, na outra rua, paralela a nossa, recordam Cartola cantando ?Bate Outra Vez?.
Passando pelo Museu da Seresta e da Serenata me vem o desejo de possuir minha mulher ali mesmo; mas, com certeza, eu teria que conter-me, pois não dará tempo, os seresteiros já estão próximos a entrar na mesma rua que estamos. Mesmo assim, num ímpeto empurro Fabiana para junto dos portões de um mini Shopping, encosto-a na grade de ferro e beijo sua boca como se fosse entrar dentro dela. Nossas línguas abraçam-se como serpentes apaixonadas, como gladiadores numa luta corporal. O som crepitoso de nossos beijos parecem madeiras ou carvão se queimando. Os braços delicados de Fabiana ao redor de minha cintura arrastá-me de encontro ao seu corpo quente. Minhas mãos procuram explorar, mesmo que por pouco tempo, todo aquele corpo afogueado de desejo e prazer. Meu joelho entre suas pernas abertas, a vulva molhada e peluda, os gemidos, os sussurros, e o receio da inconveniente chegada de alguém, leva-me a um clima totalmente arrebatador, regado ao medo e ou êxtase.
A marcha solene dos seresteiros esta cada vez mais próxima, e o desejo de trepar com Fabiana é grande. Entretanto, como sapo molhado, Fabiana se livra de meus braços e sai andando à minha frente; talvez seus instintos racionais, tivessem superado o meu entusiasmo. Fabiana olha pra trás com um sorriso sacana. Num comportamento desregrado, como se me chamasse para pegar o que, dizia ser somente meu, ela levanta a saia; arrebita e meneia a bunda morena que se banha a luz do luar; mas segundos antes de se comportar na mulher pudica, na dona de casa recatada, na mãe dedicada e carinhosa, os primeiros violeiros aparecem na curva da rua cantando ?Risque?, de Ari Barroso. Fabiana atravessa a multidão sem olhar pra trás, e fica cara a cara com o velho tarado. Ele segue os passos daquela sacana como se ela fosse uma modelo numa passarela; e nem se preocupa com a minha presença que a segue disfarçando meu tesão com a mão esquerda enfiada no bolso. Fabiana, mais uma vez, conseguiu seu objetivo, eu estava bêbado de prazer, alcoolizado pelo assédio daquela mulher, mas com certeza bastante consciente em não arrumar problema.
No carro, gentilmente, abro a porta para que ela entre, mas a devassa faz questão de sentar-se toda descomposta, com o vestido que subiu escandalosamente, mostrando a vulva peluda e inflada de prazer.
A seresta está no fim, a multidão começa a dispersar. A lua no ápice dá a entender que a silenciosa madrugada já toma lugar da agitada noite. O senhor voyeur, de frente ao shopping, nos observa enquanto seguíamos em direção a entrada da cidade.
Sigo para o hotel onde estamos hospedados; mas na entrada do túnel que chora, sou convencido a retornar. Dou meia volta, e sem rumo, sigo a placa que aponta Santa Izabel. Sem se importar em mostrar a buceta oculta no interior escuro do carro, Fabiana arranca a sandália enquanto tento guiar o veiculo pela rua estreita da cidade adormecida. Sem sutiã, seus peitos parecem estar mais avolumados dentro da blusa estampada e solda, mas não mostra os mamilos enrijecidos. Os cabelos soltos e embaraçados escondem o brinco dourado que, talvez nos flash das luzes dos postes, pudesse brilhar quando, sob eles. Seus pés brincam sobre meu colo, mas não é incomodo senti-lo sobre minha ereção; nem mesmos, talvez enciumada, sentir, o mesmo pé, forçar meu rosto para que prestasse atenção naquela exibida, e não numa locomotiva suja, enferrujada e largada ao tempo. Subjugado por aquelas atitudes, eu a contemplo sugando os dedos num incomparável prazer após tê-lo enterrado na vulva peluda.
Largarmos à rua de paralelepípedo, e entramos numa estrada de chão. As luzes da cidade apagam-se a nossa frente. Fabiana de quatro sobre a poltrona abre minha braguilha. Sua mão escorrega dentro de minha calça, mas sinto meus dedos escorregar pra dentro de sua vulva melada, entretanto eu já imaginava seu desejo quando facilito a entrada de sua cabeça, entre o volante e minha barriga. Na estrada deserta apago as luzes do farol e deixo apenas os faroletes acesso. Á noite esta realmente maravilhosa, e em todo canto que se olha enxerga-se a luz difusa da lua. Agora posso perder a conta ao contar as estrelas enquanto uma mulher, agarrada ao meu pau num grande frenesi, exibi a arte da felação. Sei que é uma posição incomoda ficar de quatro sobre a poltrona fofa do carro, mas era delicioso vê-la assim, enquanto tentava equilibra-se nas curvas mais fechadas. Mesmo assim tento segurá-la, enquanto dedilho seu clitóris inchado. No entanto meu tesão é grande, e o esforço em não gozar na boca daquela cachorra é enorme. Mas subitamente minha visão é bloqueada pelo corpo de Fabiana que, de todo jeito, tenta encaixar suas pernas ao redor de minha cintura, e me comer ali mesmo. Com muita dificuldade senta-se em meu colo, e sinto meu pau escorregar para dentro de sua bucetinha lubrificada.
E complicado e ao mesmo tempo perigoso guiar um carro em estradas sinuosas e esburacadas enquanto uma irresponsável, sentada de frente pra mim, beija-me alucinadamente, cegando-me quase por completo, sem se dar conta do perigo. Sinto sua vulva lacrimejada apalpar meu exaltado pênis, pronto pra se render aos apelos de uma buceta tinhosa. Tento manter o ritmo da velocidade com o meu pé sobre o pedal do acelerador enquanto que, camuflado pela madrugada nosso carro é como a viagem de um transatlântico que rasga as águas do mar numa velocidade de cruzeiro.
Mas num ambiente tão compacto e claustrofóbico, o que fora sussurros e gemidos, agora ecoam em gritos, urros e em palavras desconexas, ininteligível, carregada de obscenidades. O que fora vagaroso e sem presa, agora é agitado, descontrolado e impetuoso. O que fora ponderado pelo autocontrole, agora fora dominado e contagiado pela malicia de uma mulher obcecada num objetivo.
Ela me aperta entre os braços, e implorava com sua voz ofegante que eu goze dentro dela, que derrame nela o esperma acumulado dentro de mim. Com as libidos e os instintos manipulados pelo seu jeito travesso e brincalhão de ser; e usufruindo do perigo de uma estrada deserta e escura, rendo-me aos seus apelos derramando todo meu tesão, todo meu desejo carnal e todo meu amor dentro da pudica vadia. Apertar-me em seus braços enquanto nossos gritos, abafados por um longo beijo guloso, transforma-se num longo gemido. Quando me é possível acumular fôlego, eu uivo de tesão como um lobo na colina tentando encontrar sua fêmea querida, ela ama isso.
Estamos no ápice da excitação sexual. No momento onde tudo é um completo delírio, e a mente torna-se vazia enquanto nossos corpos planam como se fossem penas largadas ao vento. Estamos no momento quando nossos músculos, contraído, paralisam nossos movimentos, e nossa atenção converge apenas para a satisfação do ego e do corpo. Mas meu pé escorrega e fica preso entre o pedal do freio e o acelerador. Tento retira-lo rapidamente, mas Fabiana, agarrada ao meu pescoço, goza alucinadamente sentada em minhas coxas, sem se dar conta ao que realmente,esta acontecendo. O carro começa a sacolejar e a dar trancos, já que está numa velocidade aquém da terceira macha; parece ate que estamos sentados sobre um boi bravo em um rodeio. Fabiana percebe o que esta acontecendo e tenta sair de meu colo rapidamente, mas sua perna direita fica pressa entre a poltrona e a porta, com isso tem que continuar acoplada a mim ate que eu consiga controlar o veiculo. Mas os solavancos continuavam quando Fabiana alivia o peso sobre minhas coxas fazendo-me desprender o pé. Vejo o vulto de um animal, a galope, cruzar a frente do nosso carro. Ascendo os faróis rapidamente, e mesmos nos solavancos, e pra não atropelar o animal jogo o carro para fora da estrada puxando o freio de mão. Meu corpo é jogado de encontro ao de Fabiana pressionado-a ao volante. O carro para imediatamente embicado, meu Deus sei lá pra onde. Mas algo prendeu-se no fundo do veiculo. Mas aquele inesperado contrariou a vontade e sobrepujou o desejo; humilhou a coragem e o sentimento exaltado enquanto agigantou o medo.
A luz do farol vai de encontro a uma montanha, mas a porta arrasta-se no chão de terra quando tentamos, com muita dificuldade, sair do veiculo. Estávamos próximo a uma ponte em alvenaria, à sombra de uma grande ponte em arcos; talvez a mesma que o recepcionista do hotel nos disse ter sido construída entre 1877 e 1883, e inaugurada em 1884 pelo imperador da época. Construída em pedra, cal e óleo de baleia, o monumento parecia uma bela obra de arquitetura do século XIX; mas a sombra da lua não permiti que sejamos testemunha das pedras justapostas, como fizeram os Incas em Machu Pichu, no Peru.
A poeira, causada pelos pneus, dissipa-se lentamente misturada à luz efêmera do luar. Fabiana joga seus cabelos pra trás das costas encostada no parapeito da pequena ponte; parece bem, mas insisti em se aproximar, mas por segurança insisto que permaneça ali mesmo, ate eu entender o que realmente aconteceu. O cavalo, o mal maior, com uma aparência escura e camuflado pela noite, pasta tranquilamente no outro lado da rua, um pouco depois da ponte de arcos.
Com certeza meu filho nunca viu um vaga-lume brincar de esconde-esconde na noite prateada; no entanto, atrás do grilar dos grilos e o coaxar de alguns sapos que pipocavam ao longe, havia um silencio perturbador naquele lugar. Segundo o recepcionista, aquele lugar era mal assombrado. Ele nos contou uma estória, maluca, sobre alguns moradores malfeitosos, que moravam próximo à ponte, que matavam os turcos que vendiam sua mercadoria batendo de porta em porta; mas isso, talvez, pudesse ser mais uma lenda de cidade de interior para acrescentar na estória do lugar. Mas o local era hipnótico, havia ali uma paz fora do comum, bem diferente do silencio das madrugadas adormecidas de outras cidades do interior que já tivemos o prazer de conhecer.
Entrei no carro novamente ligando o motor e passando uma ré. Forcei o motor pisando fundo no acelerador, mas só havia barulho e poeira; algo segurava o Vectra por baixo, pois o mesmo nem se mexia, apenas as rodas patinavam. No entanto, o ronco da descarga, muito diferente do que era, perturbava o silencio e, com certeza, assustava os moradores noturnos; menos o cavalo que ainda continuava sua refeição.
Mas eu conhecia minha mulher, ela estava se sentindo culpada pelo acontecido, afinal de contas eram mais de dez anos de relacionamento; com isso, mesmo no escuro, aprendemos a ler nosso sentimento, a entender nossas atitudes. Aproximei-me dela e quase a quebrei ao meio abraçando-a junto ao peitoril da ponte; mas ela sorriu me chamando de bobo quando, retribuindo meu abraço, eu dizia que São Pedro não entenderia nada se aparecêssemos na porta do céu com meu pinto enterrado nela. Com certeza seria uma atitude fora dos padrões normais do paraíso e que, certamente, seriamos enviados para queimarmos nos mármores do inferno. Por alguns minutos ficamos ali, abraçados a sombra daquela ponte, sem sabermos o que fazer. Não sabíamos o que realmente estava segurando o carro daquela maneira. Nem o celular funcionava naquele lugar. Nossa idéia era retornarmos a pé para a cidade, e lá pedir ajuda no hotel.
Fabiana era assim, inovando sempre. Ela dizia que o âmago da sua excitação estava no fato de ver-me encabulado, excitado nos momentos complicados e difíceis de me expor. Muitas vezes deixava-me sem jeito, totalmente sem ação, quando discretamente, junto de nossos amigos criava uma situação nova, somente pra se divertir com o meu tesão. Quantas vezes, dentro da cidade, no fluxo pesado e maçante da cidade do Rio de Janeiro, aquela sacana corria para o banco traseiro do carro; ou se masturbava, ou então usava, de uma maneira libertina, o vibrador que comprara num sex shop que havia entrado por curiosidade; mas eu também tinha meus subidos momentos.
Um final de semana, Fabiana fora convidada a participar de um congresso de Geriatria em Salvador, e pediu-me que a acompanha-se. No coquetel de encerramento do evento, conversávamos, em pé, com um grupo de médicos. Fabiana, encostada num painel, na quina da parede do auditório usava um comportado vestido esvoaçado um pouco acima do joelho. A conversa fluía animadamente até que um casal se juntou nós. A mulher, uma senhora com seus, talvez, sessenta anos, fazia questão exibir suas jóias em todo corpo. O senhor, com boa aparência e muito bem vestido, enquanto falava, à todo momento esticava o braço exibindo um relógio dourado; de humilde, não havia nada. Sua mulher, também uma esnobe, demonstrava ser cheia de preconceitos bobos e racistas. Ela não parava de falar da viagem que havia feito ao Egito. O assunto não tinha nada com o Egito, mas ela fazia questão de tocar naquela maldita viagem; por outro lado seu marido só falava em quanto havia gasto na pôrra de uma casa que estava construindo em Penedo, no interior do Rio de Janeiro. Gente rica, deverasmente materialista, com a cabeça e o coração pequeno.
Todos procuravam uma maneira sutil de se livrar da Petulância do casal, mas eles faziam questão de permanecer ali, mesmo vendo a insatisfação no rosto de cada um. Foi então que, discretamente, apalpei a bunda de Fabiana. Era o sinal pra dizer-lhe que: ?Já que não nos deixa sair dali, então vamos enforcá-los.? Vi o espanto disfarçado no rosto de Dona Cleópatra quando percebeu o que eu havia feito. Foi minha alegria ao ver aquilo, então apalpei novamente só que dessa vez continuei alisando o rabo de minha mulher sobre o tecido viscoso. Daí, observando que seus olhares, sempre escapuliam para o que estava acontecendo, fui mais além; pelas costas de Fabiana, enfiei minha mão por dentro do seu vestido puxando a calcinha para o lado. Fabiana me jogou um olhar disfarçado como se dissesse: ?Não mexe com quem está quieto.? Inteligente e esperta como era, entendeu que, o que estava preste a acontecer, seria por um boa causa. Então, passamos a olhar pra dona Cleópatra com um sorriso matreiro e, acreditem se quiser; seus olhos quase saíram de órbita quando contemplou Fabiana empinando a bunda e; quando Dona Cleópatra percebeu que meu dedo estava sendo enterrado, no delicado rabo de minha cúmplice, e que o mesmo dedo, depois de retirado, estava dentro de meu copo de bebida e que, já estava prestes a entrar em minha boca; saiu em disparada, arrastando seu Marco Antonio pelos braços dizendo que aquilo era um absurdo. Coitado, sem entender o porquê da atitude da esposa, e sem terminar de dizer o quanto iria gastar em sua piscina natural, na casa de Penedo, seguiu-a enquanto, a mulher, completava seu repudio afirmando que ali não era lugar pra eles. Todos se olharam com cara de interrogação. Mais tarde, longe de todos, minha Fabiana perguntou-me do porque eu não havia pensando naquilo antes.
Em nossa casa em Búzios, dávamos um churrasco para parentes e amigos que viera passar o final de semana conosco. Eu jogava sinuca e desfrutava um excelente vinho português com meu irmão e meu sogro. Da sala de jogos vi Fabiana debruçada na janela conversando animadamente com um bando de mulher quarando-se ao sol, próximo a piscina. Subidamente a desejei ali mesmo, naquele lugar, na maneira como ela estava. Excitado com a idéia passei o taco para meu irmão dizendo que teria que resolver um probleminha. Ela não percebeu minha intenção quando me jogou um sorriso vendo-me seguir em direção à sala, mas assustou-se quando me sentei ao chão enterrando as mãos entre suas pernas. Tentou fugir, mas suas pernas estavam presas às minhas mãos, de maneira que teve que debruçar-se novamente na janela. Num só golpe puxei sua calcinha abrindo suas pernas, e numa atitude atrevida comecei a enterrar, vagarosamente, sua calcinha pra dentro da buceta daquela potranca.
Foi absorvido no meio daquelas pernas que vi aqueles lábios vaginais engolir, por completo, a negra e pequena peça de renda. Juro que atropelaria uma vaca em plena Calcutá, tomaria banho no Rio Ganges, ou ate mesmo atravessaria o Alasca descalço somente pra ter o prazer de ver a carinha da minha vadiazinha sacana. Gostaria de ver o aspecto de seu rosto numa situação como aquela onde ter que; dar atenção a todo pessoa da piscina, ficar atenta a aproximação de alguém e ainda por cima, silenciosamente, extravasar seu tesão e delírio enquanto minha língua explorava todos os cantos daquele canal genital. Meu dedo indicador entrava e saia de seu anus. Meus olhos ardiam com o melado daquela buceta. Suas inquietas pernas espremiam meu rosto, quase me sufocando, quando sugava seus grandes lábios. Era maravilhoso ver aquela buceta recheada contrair os músculos vaginais enquanto minha língua serpenteava sobre seu clitóris inchado; e enquanto meus dentes arrancavam a calcinha encharcada de dentro daquela, agora buceta inflada de tesão. Tentei dar o máximo de mim na arte do cunilínqua para, além de extravasar meu tesão e meu espontâneo desejo, também ouvir os gritos e lamentos de prazer, esbravejado da boca daquela disfarçada e escandalosa pudica perto dos nosso convidado. Mas ela gozou um tesão solitário, e eu me afastei dali, como se nada tivesse acontecido, carregando um tesão intenso, mas levando no bolso o troféu por tal ousadia.
Outra vez, enquanto viajávamos com nosso filho e um casal de amigos a Curitiba, numa parada já dento do estado do Paraná, meu celular tocou. Olhei o mostrador e percebi que era o numero do celular de Fabiana. Atendi sem entender nada. Fabiana do outro lado sussurrava dizendo que havia entrado no banheiro dos homens e não tinha como sair, que era para eu socorrê-la. Deixei nosso filho com o casal e fui socorrer a distraída da minha esposa. O banheiro estava vazio quando entrei. Chamei por Fabiana e sua foz veio ao fundo, na ultima privada. Empurrei a porta e fui surpreendido com aquela filha da puta sentada ao vaso sobre um lençol de papel higiênico. Sem calcinha e com as pernas aberta esfregando aquela buceta, pediu-me para entrar e trepar ali mesmo com ela pois o tesão e sua imaginação a pegaram de surpresa, ela era inesperadamente doida. Minutos depois o banheiro começou a se encher. Acreditem, foi a trepada mais exótica e silenciosa que já tivemos ate o momento. Em seguida saímos dali de mãos dadas com um bando de homem nos olhando assustados.
Fabiana era assim, eu era assim, éramos assim; agora, ver o corpo de minha Deusa sentada, com as pernas aberta, sobre o capuz de nosso carro, correspondendo aos afagos de um desconhecido entre suas pernas, era pra mim totalmente repulsivo, e fora dos meus padrões éticos. Eu estava acostumado, e ate amo, as estrepolia safadas de Fabiana. Mas era uma coisa diferente, coadjuvávamos juntos um momento que era somente nosso; mas com a ajuda de outro, era inaceitável. Encostado no peitoril de uma ponte, ao som dos insetos e dos anfíbios, sou testemunha ocular dos fatos, sou cúmplice de uma cena com os meus sentimentos bifurcados pela excitação.
Eu não entendia meu estado de espírito. Num emocional totalmente incerto, ciúme e tesão gladiavam-se ferozmente numa arena vazia ao ver aquele corpo transfigurado e amarrotado, arrastando-nos pelas mãos ate um corcel escuro no outro lado da estrada. Dona da situação; éramos seus fantoches. Com a porta do Corcel escancarada, eu estava sentado na poltrona do carona com as pernas pra fora. Sem o receio do surgimento de alguém, Fabiana sentada de costa em meu colo, importava-se apenas no regozijo da língua áspera de um desconhecido sobre sua buceta, enquanto meu pau, acoplado entre seus lábios vulvares, escorregava nas lagrimas vertida de uma buceta tinhosa. Copulávamos minha Fabiana da maneira como ela queria.
Possivelmente tenhamos deixado nos levar por uma comoção total ao entender que a mulher de cabelos lisos e avermelhados que se afastou a passo largo, em direção a um Astra cinza; estava na verdade encerrando, ali, dez anos de relacionamento para viver ao lado de outro homem. Talvez o escuro possa estar encobrindo a verdade do rosto de um homem, que se dizia ter sido abandonado pela mulher numa mesa de bar. Provavelmente, o brilho da verdade em seus olhos lagrimejados fora oculto pela luz efêmera do luar, e nos dado apenas à condição de acreditar na eloqüência de suas palavras quando dizia ter um amor louco por aquela moça. Parecia estar disposto recebe-la de volta, mesmo tendo-a pego com outro homem em sua cama; mas certamente, tão objetivada em seu propósito, sem dar ouvido a razão, estaria empolgada a extremo em tentar colocar seus filhos contra eles se Fabio não a deixasse em paz para viver um relacionamento, emoldurado pelo entusiasmo.
Talvez embalados pela solicitude de um lugar mal assombrado e pelo estupro consentido de uma insaciável mulher sendo penetrada pelos dois lados ao mesmo tempo sobre o capuz de um corcel antigo; a sombra da ponte de pedra não ocultava somente nossos alentos, mas ocultava também o ciúme de um homem apaixonado, dissimulado por um tesão arrebatador enquanto via a alegria jubilosa estampada na carne da mulher amada. Nunca me passou pela cabeça ver, ouvir e sentir Fabiana num ménage masculino, eu a amava e era egoísta demais pra isso. Enquanto segurava sua cintura ao lado da mão de Fabio que levantava e arriava aquela anca em seu pau; sentia meu falo enrijecido como o de Fabio, entrando e saindo, pulsando dentro daquela bunda gulosa. Os fios de seus cabelos negros colavam no suor de meu rosto, quando sua cabeça pendia em meu ombro. Sua saia, ainda em seu corpo, não cobria mais um órgão de um único dono; escandalosamente descortinada na cintura exibia e permitia a entrada e a saída de um falo desconhecido na gruta onde, ate o momento, somente eu sabia reconhecer cada ponto de prazer.
Muito me comoveu a atitude corajosa de Fabio em parar num lugar escuro e deserto para socorrer um casal, praticamente desconhecido; ao invés de seguir em direção a um mirante, bem próximo dali, onde, segundo ele, descortinava uma visão panorâmica da Serra da Beleza. Sua intenção, ao chegar nessa serra, era chorar sua mágua, ou encontrar uma saída para seu problema. Compreendo ate que Fabio se empenhou bastante nos ajudando a tirar o carro que ficou preso numa pedra solta e pontuda, vindo a furar a descarga e praticamente travar o carro nas margens daquele rio. Lamento muito que tenha se sujado e ao mesmo tempo se ferido, ou entrar em baixo do carro para, além de retirar a pedra solta, arranca-la da descarga. O êxtase daquele momento com Fabiana espremida entre mim e Fabio, com seus braços estendido entre nossos ombros, dividindo sua boca entre nos para engalfinhar-mos nossas línguas em sua boca e calar os alaridos efervescentes de uma mulher nas raias do prazer sexual, fora realmente abrasador, inconcebível, singular e primoroso, mas um preço muito alto que encontramos para retribuir tal gentileza.
No entanto, firme em meus principio, entorpecido pelas lembranças e resoluto em narrá-las com bastante riqueza de detalhes, ainda continuo de frente ao meu lap top enquanto o lusco-fusco da manhã toma a madrugada. Fora praticamente o mesmo alvorecer que nos acordou na Serra da Beleza que por sugestão de Fabio, fomos obrigados a conhecer. Lá, a beleza da manhã engatinhava sobre as montanhas, apagava as estrelas e dava-nos uma visão infinita e panorâmica do Estado de Minas Gerais. Aqui vejo Fabiana, sem culpa e sem pecado, ainda dormindo a sono solto na desconfortável poltrona estampada, aguardando que eu a leve pra cama. O medo de ser abduzido, na Serra da Beleza, por algum extraterrestre em visita ao nosso planeta, não fora maior que o receio de perder minha Fabiana pra outro homem naquele devasso momento. A certeza de seu amor, afugentou essa insegurança.
Inesperadamente Conservatória, um lugar mágico e bucólico, recheada num saudosismo do século passado tenha sido o palco ideal que minha mulher, mais uma vez, provara que o nosso amor era eterno; e que, a confiança, o respeito e a cumplicidade que havia entre nós, transcenderia as raias de um momento e afugentaria a agonia da incerteza.
A irresponsabilidade de um desejo louco numa estrada de terra, banhada de prata, e sob uma ponte de pedra, aos gritos da vida noturna e ao desabafo dramático de um errante sofredor, nos levou a encontrar a pessoa certa num corcel escuro, a realizar um desejo libidinosamente obscurecido.