Logo casa dos contos
Esqueceu a sua senha? Clique Aqui

Principal Categorias Ultimos Contos Melhores Enviar Contos Painel Cadastro Fale conosco
Categorias Ultimos Contos Melhores Enviar Contos Painel Cadastro Fale conosco Login

A Terceira Lei - Capitulo Dois

Enviado por: boyonfire - Categoria: Gays

Que tipo de amigo eu seria se tivesse te convidado e não reservado o camarote?

Eu já havia despertado, mas a presença da minha avó no meu quarto me sufocava e me fez preferir continuar com os olhos fechados e fingir que eu ainda estava dormindo a ter que me levantar. Nem sempre eu sentia esse sufoco quando eu estava perto da minha avó, porque ela parecia um samambaia, não falava e sempre estava presente.

Ela andou um pouco, e parou. Após alguns segundos continuou andando e depois ouvi a porta se fechar. Me levantei, corri para a frente do armário, tirei o short do pijama e coloquei uma bermuda caqui. A camisa continuou sendo a mesma e bege. Fui para o banheiro e escovei os dentes. Como eu era canhoto e o braço esquerdo estava engessado, eu precisava fazer tudo com a mão direita. Tentei pentear meu cabelo para trás, mas o máximo que consegui foi fazer ele parecer um macarrão instantâneo, então resolvi passar a mão e deixa-lo meio bagunçado para o lado. Quando cheguei na escada me lembrei de ir conferir os remédios do meu pai, quando cheguei no quarto dele vi que novamente ele não havia tomado a quantidade certa dos remédios assim como nos outros dois dias que eu fui até lá conferir. Desci até a sala e vi meu pai no sofá de frente para a televisão. Resolvi não comentar nada e deixar que seu psiquiatra tivesse uma forma de convence-lo a tomar seus remédios direito. Eu estava na varanda tomando um ar, resolvi sentar na poltrona e ligar para Helena. Mas outra pessoa me atendeu.

- Quanto tempo, Marquinhos! - Sam me saudou - está tudo bem por ai?

Graças a Deus a minha expressão estava segura, pois se Sam tivesse visto a cara de espanto que eu fiz nesse momento, ele ficaria confuso ou até chateado. Verifiquei no visor do celular se realmente era o números de Sam que eu havia discado. Sim, era.

De fato havia muito tempo, sua voz havia até mudado um pouco.

- É... está sim, Sam. Eu só estou com o cotovelo um pouco ferrado, mas fora isso, tudo ótimo - falei.

- Caramba, ferrado? Como assim?

- Eu fui atropelado de bicicleta.

- Por uma bicicleta? - Pelos ruídos, Sam parecia estar na rua.

- Não... - a preguiça de explicar chegou, mas foi logo embora - era eu quem estava de bicicleta e um carro me atropelou.

- Ah sim, mas e esse seu braço?

- Ah... foi só uma luxação, em dezoito dias já estarei melhor.

- Hmm, entendi - Sam fez silêncio - e o motorista do carro?

- O motorista me levou para o hospital.

- Que perigo, Marcos!

- Perigo?

- Sim, já pensou se piora o estado da sua luxação?

- Na verdade não pensei muito nisso... até agora.

- Pois é... - Sam parecia pensativo - mas enfim, a que devo a honra da sua ligação, Marcus?

- Ah, Sam... o de sempre, sabe... - menti - saudades!

- Poxa... - Sam riu - a gente pode se ver qualquer dia desses. Se você quiser, claro!

- Tudo bem, depois podemos...

- Amanhã, pode ser? - ele me interrompeu.

- Pode. Depois das três da tarde?

- Eu pensei em nos vermos durante a noite.

- Ah pode ser também... Eu estou livre sempre, para ser sincero - dei um sorriso - portanto, sempre é um bom momento!

- Que ótimo!

- Nem tanto - ri - então é isso... tchau?

Silêncio

- Tchau! - Sam disse rindo e desligou.

Tentei entender como eu pude trocar os números assim. O número deles tinham seis dígitos iguais e outros três diferentes. Talvez eu tenha me confundido no final da sequência de números, mas ainda parecia muito estranho. Liguei para Helena.

- Oi bracinho! - Helena me honra com mais um apelido - como você está?

- Hm... Bem, obrigado - dei uma risada fraca.

- Porque você está zumbificando assim?

- Não estou zumbificando!

- Hm - Helena disse imitando um zumbi - sei...

- Sabe de nada! - dei um gemido quando mexi meu braço - vou desligar.

- Me ligou para que então? - Helena fingiu estar irritada.

- Para te ouvir... Sei lá.

- Tudo bem... Você não vai perguntar se por aqui está tudo bem?

Fui um egoísta. Só senti a minha dor e ignorei a de Helena que tinha sua mãe como o motivo da dor ou até mesmo a própria dor.

- Me desculpe, Helena... Como você está?

- Muito bem, obrigada! Tchau! - Helena disse rápido como se seu estado estivesse mudado rapidamente - beijos.

- Tchau - falei um pouco confuso.

- Estou ficando louca como ela? - Helena voltou ao estado anterior.

- Não! - falei no mesmo tom que Dr.Luiz usava - Helena... você só é confusa e não consegue acompanhar tudo isso!

- Não mesmo... - disse parecendo chateada.

- Quando você tiver a sua vida, sua casa, seu trabalho... Tudo vai ser esclarecido na sua cabeça. Você só está... confusa! - repeti.

- Jura?

Não.

-Sim!

- Ela estava aqui no quarto, por isso eu não pude continuar antes - explicou.

- Eu entendo.

- Ela sabe como eu sofro, mas se ela tiver certeza disso, talvez ela sofra também... e eu não quero isso! Ela já sofre demais com os problemas dela.

- Sei como é...

- Não... não sabe, Cucu... com o seu pai é diferente, ele não é como ela! Ela tem problemas que não são tratados corretamente, mas só eu vejo, Marcus!

- Todo mundo vê, mas só você se importa! Já tentou conversar com seu pai?

Olhei para a minha avó que surgiu na porta da sala. Ela tentou dizer algo, mas quando percebeu que eu estava em uma ligação, preferiu continuar parada na porta sem dizer nada.

- Ele só está em casa por quinze dias e enquanto ele está por aqui ela vira outra pessoa.

- Mas ele está ai agora não está?

- É, mas o que que tem?

- Ela foi presa não foi? E ele estava junto!

- Sim, mas meu pai parece que concorda com tudo! Inclusive pagou para tira-la de lá.

Minha avó continuava me olhando, mas com um olhar de análise.

- Sei...

- Acredita que ela jogou o cape do guarda no chão?

- Meu Deus... Mas não era um policial?

- Que nada! Mais um capitulo de "Exageros da Dona Luciana". - Helena disse como uma narradora de TV e me fez rir por dentro - não daria pra contar tudo agora... nem que eu quisesse. Fique bem, amigo, preciso desligar agora.

- Ficarei sim, meu bem... Fique bem também.

- Acho bom! - Helena ordenou e riu - eu vou ficar!

Desliguei sorrindo. Mas era um sorriso de compaixão, não de felicidade. Helena me preocupava. Eu tinha medo que os problemas causados por sua mãe fossem irreparáveis. De fato Helena ainda não era como a mãe. Ainda.

- Eu fui no seu quarto e não te vi - minha avó falou se aproximando do banco onde eu estava - porque não me chamou quando acordou?

- Eu preferi levantar e tentar fazer minhas coisas sozinho...

Ela sorriu

- Da próxima vez me chame, para que eu não fique preocupada. E seu cabelo está um desastre!

Com o que minha avó estava preocupada, me causava dúvida, será que era com o meu cabelo?

- Meu cotovelo não vai descolar novamente, não se preocupe! - falei aninhando o gesso como se fosse um bebê.

- Assim espero. Eu conversei com o seu tio Tom esses dias. Falei sobre você.

Tio Tom era o irmão da minha avó, normalmente quando alguém falava com ele era para pedir dinheiro, que não era o nosso caso. Não eramos ricos, mas nunca precisamos do dinheiro dele para nada.

- Sobre mim? - olhei para ela confuso.

- Você terminou os estudos, tem vários cursos, é um menino educado, responsável... - ela buscava mais adjetivos.

- Sou bonito!

- Isso! Aparência pode não ser tudo, mas é trinta por cento do caminho.

- Hm - eu a olhei com um olhar que dizia "continue, meu bem" - os adjetivos já massagearam meu ego. Estou na realidade agora. O que vocês conversaram, moça? - indaguei brincalhão.

- Meu irmão, a pedido meu, conseguiu um trabalho para você! - ela dizia com um sorriso que brilhava como o sol.

Eu não sabia o que sentir. Feliz eu estava, mas embora eu já tivesse feito feito três cursos - o que estavam longe de serem vários -, eu ainda me sentia despreparado para entrar em um trabalho. Isso poderia ser resolvido com o tempo. A felicidade floresceu no meu peito e precisava sair de alguma forma. Agarrei minha avó pelo pescoço em um abraço. A alegria transbordava.

- Você. É. Maravilhosa! - falei entre beijos na testa dela.

- Tudo bem, meu amor... - minha avó falou se ajeitando.

Me recompus, mas resolvi abraça-la mais uma vez. Eu estava feliz

- Tem mais uma coisa!

- Diga! - falei animado com a felicidade em meus olhos.

- Sabe aquele apartamento na cidade? - não podia acreditar no que viria a seguir.

- O que fica em cima daquela cafeteria que íamos sempre que você ia me levar na natação?

- Essa mesmo! Os inquilinos foram embora. Ai eu pensei: Se eu colocar um sofá aqui, uma televisão ali e quem sabe uma cama nesse cantinho. Meu neto, um trabalhador, poderia viver aqui.

Eu quase não acreditava. A emoção transbordou meus olhos. Mesmo eu sabendo que uma hora eles precisariam da casa a fim de aumentar a renda, só de ter a oportunidade de ser independente, nem que fosse por um período pequeno de tempo... me dava uma... puta felicidade!

- Eu vou morrer! - falei pondo a mão no peito e rindo - se eu pudesse agradecer de uma forma a altura seria pouco! Fale mais sobre esse tal trabalho...

- O Tom resolve isso com você depois, Marquinhos... Eu nem me lembro dos poucos detalhes que recebi.

- Não vou te decepcionar, vó!

- Me prove que foi uma boa idéia ter dado essa chance e eu que ficarei agradecida.

- Eu provarei!

- Sim... Mas antes de me provar isso, venha provar o meu pudim de ameixas! - minha avó falou levantando a sobrancelha e se levantou estendendo a mão para me dar apoio. Elevei um olhar cansado para ela - se fosse um pedido talvez eu deixasse você continuar ai, mas uma ordem da mulher mais velha da casa nunca deve ser desobedecida.

- Tem calda?

- Rum... Não faça charme e venha logo.

Depois de comer subi para o meu quarto e tentei arrumar algo para fazer na internet até que minha avó chegou e tirou minha concentração, ela estava parada na porta. Eu nem sequer havia notado que a porta tinha sido aberta por ela antes. Ela me olhava com um sorriso curto.

- Que foi? - indaguei.

- Você me lembrou a sua mãe agora.

Me virei com a cadeira para ficar de frente para a porta onde ela estava.

- Ela detestava que eu entrasse no quarto dela e me fazia uma cara assim como você fez, toda vez que eu "invadia seu espaço"

Eu e minha mãe não nos parecíamos muito fisicamente, mas, segundo meu pai, o espírito era o mesmo. Antes fosse. Eu não queria lembrar a minha mãe, eu queria estar com ela.

Naquela noite, algo me impedia de dormir, não sei se era a luminosidade da rua que entrava pela janela, ou se era o calor. Resolvi tirar as cobertas de cima de mim e relaxar. Meu corpo suava. Minha boca estava seca. Não me levantei. Continuei olhando para o teto e acariciando os meus cabelos. Já se passava das dez horas da noite quando Dr. Luiz me ligou.

- Oi, Marcos.

- Marcus

- Sim, me desculpe.

- Como andam os remédios?

- Não teve um dia que ele tivesse os tomado corretamente.

- Eu vou passar ai na sua casa amanhã de tarde e verei isso.

- É melhor assim...

- Ele tem estado meio diferente?

- Não

- Tudo bem, qualquer coisa me ligue.

- Tudo bem.

Desligamos.

Eu não sabia, mas pelos meus cálculos, a tentativa do Dr. Luiz de manter contato comigo, além de antiprofissional era também antiética. Mas isso não parecia ser algo que o preocupasse, quem sabe ele fosse desse jeito mesmo e vivesse misturando as coisas?

No dia seguinte, eu procurei por meu pai durante toda a manhã, mas não o encontrei, nem mesmo a minha avó tinha noticias dele. Me lembrei de Sam e logo o nervosismo para hoje a noite bateu. Eu raramente saía com alguém que não fosse Helena e o compromisso com Sam me lembrou disto. Eu não tinha um corte de cabelo decente, ou roupas decentes, assuntos decentes, um eu mesmo decente... Isso mesmo, o problema era eu por inteiro, mas eu sabia como resolver tudo a um curto prazo.

- Vó! - falei alto no corredor.

- Estou aqui! - ouvi sua voz que vinha do quarto do meu pai.

Pedi para que a minha avó cortasse meu cabelo. Ficou um corte bonito, curto dos lados e longo em cima, que ficou bom depois de seco.

Passei a tarde toda olhando algumas roupas que eu tinha, lavei algumas, passei outras e outras roupas apenas descartei por não serem boas o suficiente para o que eu pensei para mais tarde. Quando chegava da hora que eu havia programado para ligar para o Sam, ele foi mais rápido e me ligou primeiro.

- Alô

- Oi Sam...

- Marcus, vou sair daqui de casa agora. Você já pode ir se arrumando, ok?

- Está bem! - menti, não estava nada bem. Eu nem havia escolhido a roupa que eu iria usar.

- Ahn... Até daqui a pouco então.

- Até!

Como se a bandeira de "Go" tivesse sido levantada em uma corrida, eu corri para o varal para escolher algumas roupas, fui para a lavanderia buscar as roupas que estavam passadas e joguei tudo na cama para escolher depois. Entrei no box tão rápido que não me lembrava nem mesmo como eu havia me despido. Tomei banho, me sequei superficialmente, voltei para o quarto e ainda enrolado na toalha, parei em frente a cama para tentar escolher a roupa ideal. Eu ainda nem havia escolhido a roupa quando ouvi uma buzina. Olhei na janela e tomei um susto quando vi Sam saindo do carro. Samuel Lourenço de carro? Como? Resolvi escolher uma roupa rápido. Vesti uma camisa azul claro, coloquei uma calça jeans claro e pus uma jaqueta jeans claro também. Em dois minutos eu já estava vestido e parcialmente molhado de suor. Passei muito perfume. Lavei, sequei, dei uns tapas no meu rosto e desci os degraus as pressas. Minha avó não tinha me visto e meu pai ainda não tinha voltado.

- Estou saindo! - gritei o aviso e sai.

Assim que vi Sam, respirei fundo e andei na sua direção. Sam estava muito diferente. Parecia que os nove meses desde a formatura, ele havia morado em uma academia. Seu gosto para roupas havia mudado também, hoje ele vestia uma calça branca e camisa pólo azul, bem diferente das bermudonas jeans e camisas de taquitel que ele usava na adolescência. Ele tinha crescido. Ele já era um homem de verdade ao contrario de mim e de Helena que ainda parecíamos presos a adolescência assim como filhos que se amamentavam de sua mãe.

- Meu Deus, Sam! - levantei as sobrancelhas com cara de espanto - você está tão... enorme!

- E como! - ele deu um sorriso, não soube decifrar se tinha um tom cafajeste ou se era o sorriso dele normal. Com tanto tempo sem vê-lo, suas feições estavam sumindo da minha memória - você ainda é o mesmo Marquinhos.

- De péssimo tom! - falei rindo me referindo a sua brincadeira.

Ele deu uma risada esquisita, depois ambos rimos juntos.

- Enfim... - ele me olhou - abraço?

- Abraço! - falei abraçando-o. O que era admirável na nossa amizade era que não tínhamos medo de expressarmos sentimentos, seja cantando, brincando, gargalhando ou nos abraçando. Com Helena era diferente pois éramos menos criticados por sermos sentimentais. Acho que o que fazia nossa amizade ser diferente eram as criticas, que nunca diminuíram nada, só aumentaram.

- Entra no carro, quero que conheça um lugar.

- Que lugar?

Ele riu

- Surpresa!

- Espero que a gente passe em um lugar que venda comida antes - falei abrindo a porta do carro e entrando.

- É uma boa idéia, mas para onde vamos, você não vai sentir fome.

Não soube na hora o que aquilo significava, mas aquela frase me gelou. O motivo? Ainda desconhecido.

Fizemos a travessia da ilha para o continente por meio das barcas em mais tempo do que o normal, porque aparentemente, um número de pessoas maior do que o usual estavam transitando da ilha para o continente e vice e versa. Já na estrada que nos ligava ao centro, Sam dirigia como quem desliza sobre o gelo. Seu sorriso de orgulho por conseguir correr, me assustou e me obrigou a dar mais uma conferida no cinto de segurança.

O Sam fez o trajeto costurando a cidade, entrando em ruas, saindo em ruas, subindo pontes, descendo pontes e passando por todos os tipo de lojas. Daquele jeito, correndo como se o fim do mundo fosse no final da noite.

Quando notei que ele virou em uma rua mais devagar, comecei a me situar. Estávamos no bairro da escola, mas não íamos para escola, para lanchonetes ou restaurantes que ficavam ali perto, longe disso. Sam continuou dirigindo até uma boate que tinha o nome "Vinte e Um" em neon verde que brilhava mais que o sol, junto ao nome tinha também outras luzes que faziam desenhos que eu não conseguia decifrar.

- Uma casa de show GLS! - Sam falou com orgulho, como se a boate fosse dele.

- Isso é algum tipo de brincadeira?

- Não e porque seria?

- Eu tenho a porra de um gesso paralisando o meu braço e você me traz para um lugar onde pode tudo - enfatizei a palavra tudo, porque realmente se fazia tudo naquele lugar - menos ficar parado?

- Nossa, Marcus... - ele me olhou com uma cara estranha que percebi ser uma expressão sincera de confusão - se quiser podemos ir embora, mas algo me diz que o problema não está apenas nisso.

- É mesmo? O que mais esse tal algo te diz?

- O tal algo me diz que você não quer simplesmente entrar em uma boate GLS por puro preconceito.

Gargalhei secamente.

- Preconceito com gays lésbicas e simpatizantes? Você ficou louco?

Ele não respondeu.

Era ridículo! Como eu iria ser preconceituoso com algo que eu me identificava?

- Nem se eu quisesse eu poderia ter, Sam... - suspirei, eu nunca me senti confortável para abrir minha sexualidade para ninguém e mesmo que Sam parecesse se interessar pelas mesmas coisas que eu, ainda não me sentia livre para isso - mesmo que eu pudesse ter eu jamais me permitiria tal coisa e vou te provar agora.

Tirei o cinto de segurança e entreguei minha carteira para ele.

- No final da noite você me devolve!

Ele levantou as sobrancelhas.

- Confiança é uma coisa que sempre tivemos, não tem pra que duvidar da minha - lancei para ele um olhar desafiador.

- Não era a confiança que me preocupava - ele me devolveu a carteira, tentei recusar, mas não adiantou, tique que guardar novamente - Vamos?

Deixa me deitar ali no chão até o próximo carro vir primeiro?

- Vamos - falei e abrimos as portas quase que no mesmo instante.

A fila era grande e ocupava toda a parte da calçada frontal, ainda tinha mais fila virando a rua, porém não pude ver aonde daria o final dela pois Sam me segurou pelo braço engessado.

- Que tipo de amigo eu seria se tivesse te convidado e não reservado o camarote?

- Um amigo menos cheio de surpresas eu acho... - falei rindo.

- Surpresas são as minhas marcas! - deu uma piscadela.

Enquanto caminhávamos, ele pegou algo no bolso e me ofereceu.

- Chiclete?

- Chiclete! - peguei um e devolvi o resto.

Na frente da Vinte e Um, Sam me guiou até a entrada onde um cone, sim um cone, separava a entrada dos vips e a entrada de quem ficaria na pista. Um segurança perguntou nossos nomes e depois de conferir em um caderno, nos deu uma pulseira verde fluorescente para cada.

Comentarios
Seja o primeiro a fazer um comentario nesse conto.
Comente esse conto abaixo

(Numero maximo de caracteres: 400) Você tem caracteres restantes.

Desejo registrar meu voto junto com o meu comentario:


Ficha do conto
foto avatar usuario boyonfire
Por: boyonfire
Codigo do conto: 8743
Votos: 1
Categoria: Gays
Publicado em: 13/08/2014

×

OPS! Para votar nesse conto voce precisa efetuar o login



Mais contos desse usuario

A Terceira Lei - Capitulo um


Este site contém contos eroticos, fotos e videos destinados exclusivamente ao público adulto.
Ao acessá-lo, você declara que tem no mínimo 18 anos de idade e que no país onde você esta acessando esse conteúdo não é proibido.
© 2005-2025 - CasaDosContos.com - Todos os direitos reservados