A INTIMIDADE SE FAZIA EM PALAVRAS,
NA PRIMÍCIA, DAQUELE BEIJO
“Ficar sem você não dá
Perdi o rumo solto no mundo
Ficar sem você
Meu coração mudou de lugar
Ficar sem você não dá
Pra domar você vai mais que oito segundos
Não posso esperar
Ficar sem você aqui não dá...”
2048, do guarda-roupa envelhecido pelo tempo, Letícia apossou e vestiu, um vestido bege claro, com manchas marrons, nunca mais usado. E no enlace das memórias, o vestiu, em companhia da sonoridade de versos melódicos. Soltou os poucos fios de cabelo e deu cor aos lábios. De uma sacola amarelada, retirou um antigo par de brincos. Diante do espelho, que antes refletia juventude, se viu em meio a lágrimas de recordações.
---Aqui estou...talvez...pela última vez... Alguém me visse? Não! Ninguém. (Letícia).
Fez uma procura constante, entre canetas, lápis de cor, borrachas, papéis e cadernos, sobre uma prateleira da estante. Os seus lábios, que um dia tocaram na fe-li-ci-da-de, deram um sorriso cabisbaixo, ao ver o que procurava. Um lápis, um lápis de escrever, que continha estampas de bandeiras de vários países.
---A vida...a vida por vezes, parece engraçada, ou nós é que a tornamos engraçada. O que eu fiz da minha vida, ou o que ela fez de mim?? Estão aí indagações semelhantes e de respostas opostas. Hoje me vejo no espelho, me vejo no espelho, a procura de uma parte de mim. Procurar por alguém, alguém que eu deixei ir embora, ou se foi embora. Esta dúvida faz morada até hoje, na minha alma. Poderia eu, poderia eu, ter feito alguma coisa? Na situação presente, eu não poderia fazer mais nada. Não poderia? E ele? Na sinceridade de teus sentimentos, poderia ele, ter feito mais? Na situação vivida, poderia ele, ter feito mais? Destino! Você acredita em destino? Eu não acredito em destino! Mas talvez, tenha sido o destino daquele dia. (Letícia).
As mãos de Letícia, aquelas mesmas mãos, que um dia acariciou-lhe a face, pegou o achado. Mas devido o tremor da idade e a emoção daquele momento, o lápis escapuliu, provocando um paradoxo temporal.
1998, naquele dia específico do passado, estava um tempo quente, esfriado pelas nuvens pesadas no céu a trafegar. E o cansaço, já chegava da jornada quase encerrada da tarde.
Letícia rodeada pelas crianças se dirigiu ao corredor a sentar. O piso resfriado, vermelho, fez equilibrar a temperatura interior. Crianças, pequeninas e sensíveis, ao lado, em pé e sentados. Atentas! Apertadas, enroscadas, amadas, amando. O amor e a confiança entre todos eram visto e revisto, por todos que ali passavam, ou ficavam. Entre afagos de carinhos, entre beijos e abracinhos, uma aula gostosinha começou. Diferente, diversificada, com espontaneidade e comodidade. Com discussão e opinião, foi o tempo se consumindo.
Ivan, com deveres importantes, surgiu caminhando com passos ligeiros e seguido por alunos que lhe faziam perguntas. Algo, alguém fez com que seus pensamentos parassem no tempo, naquele instante. Estagnado, ele começou a dar respostas inconscientes pelo sentimento congelado com o que via.
---E lá, estava ela! Lá estava ela, sentada no chão, rodeada por crianças! Vestido longo, tom bege claro, com manchas marrons. Mangas fofas, largas, livres. A sua fronte, trazia arte em curvas azuis e brandas. Cobrindo-lhe as costas, um camisão preto, folgado e aberto. (prostou Ivan).
Nos olhos dele, continha um brilho fosforescente...oculto...gostoso... A sua voz e o seu calçado, chamou a atenção dela. Ele era o centro das atenções, dos que os seguiam. O chefe, o líder e estava de chinelos!
Ele quis parar, só para admirá-la, os contornos dos teus lábios, mas não poderia!
---Que fascinação, que perfeita junção! Se pudesse ao menos tocá-los... (sussurrou Ivan).
Nos olhos de ambos, o brilho! O brilho comum, que reluzia o caminho, que reluzia os movimentos, os gestos, as falas, os sorrisos. Movimentos agora, nada comuns!
Sem curiosidade, com um pouco de vontade, ela ergueu seus olhos e pegou o fim dos passos dele.
---Quem era ele? Quem era ele, que deixou encanto por onde passou!? (indagou Letícia em pensamentos).
E foi assim, que aquele dia acabou.
O tempo pode passar, mas o tempo incógnito do olhar perdura a eternidade de um beijo.
Outro dia, outro momento alegre e satisfatório para os que ensinavam.
Aquele rumor no ar, os passos dela, lentos, observadores, como se o tempo voltasse atrás.
---E lá, estava ele! A magia e o encanto em uma só pessoa! Como sua harmonia era bela! Tão bela, que o meu coração se perdia, em olhares despercebidos, mas totalmente despidos do olhar dele. Aqueles segundos, aquele comportamento, a simples presença dele, já me trazia felicidade. O admirava e se ao menos pudesse tocá-lo...não faria nada em demasia. Aquela pele chocolate me excitava, molhando-me de vontades, o que deixava minha boca seca dos lábios dele. (Letícia).
Fizeram a oportunidade e houve o primeiro diálogo. Curto, mas cada palavra proferida tornou-se foi tatuada. Ele querendo o olhar dela e ela fugitiva do que poderá ser visto.
A cada dia, o ambiente se tornava mais sedutor. Diálogos, diálogos, diálogos sobre o tudo e o nada. Simplesmente, a intimidade se fazia em palavras.
Sorrisos comuns, olhares de afeto, até que das mãos dele, para as dela, veio um pequeno papel amarelo, com escritos em preto.
---Sua boca é perfeita. O beijo dessa boca é gostoso? (Ivan).
O interessante, é que ela nem estava de batom, com os lábios embranquecidos.
---Teria ele captado, o encanto que muitos olhares não haviam visto? Ou seria apenas um falsário elogio de conquista? (indagou Letícia em pensamentos).
A resposta dela, veio em forma de pergunta:
---Quer uma resposta na prática, ou na teoria? (Letícia).
Ele surpreso e alegre, fez surgir, um sorriso em sua face.
O dia se foi, dando origem a outro.
Na saída dela, ao final da tarde, um dos alunos dele, apurado se aproximou, pedindo um lápis emprestado. Pois o professor, não permitia, realizar anotações relacionadas à Música a caneta. Ela sabia, que o lápis preto não voltaria mais. Mas para quem foi; nem precisa voltar.
Vieram outros bilhetinhos, ocultando a ânsia do desejo, em códigos de desenhos. No qual revelava amor ingênuo, na alegria da adolescência. Bilhetes destinados a ela, por vezes eram entregues em mãos. Ousados, espantosos, aceitos e deliciados.
Mais um dia chegou e lá veio ele, pelo corredor a bailar. Ao passar pela porta de Letícia, ela não se conteve exclamando:
---Oi Gatinho!!! (Letícia).
Ele feliz com o que ouvirá, voltou de costas para retribuir o cumprimento.
---Oi! (disse quase emudecido de emoção, em meio a sorrisos e pensamentos que lhe diziam) Será que encontrei, alguém que pensa como eu? (Ivan).
Com o caminhar das aulas, ela tinha que sair, tinha que vê-lo, que ouvi-lo, que tocá-lo.
---O que estava acontecendo? Parece que encontrei alguém que pensa como eu! (pensou Letícia).
Conversas, sorrisos, satisfação, respeito e amor. Sempre refletidos nos olhares admiradores e observadores de ambos. Os bilhetes dela e os dele se faziam presentes.
Em outro dia, surgiu o convite dele, para um passeio; que em meio a sorrisos, foi aceito por ela. Ao o relógio marcar dezessete horas e quinze minutos, ela ansiosa foi para casa, deixando-o trabalhar com pratos, clarinete, trompete, contrabaixo, tamborim, trombone. Música!!!
Em meio a perguntas de sua mente, ela chegou em cassa.
---O que fazer em pouco tempo? Como fazer? Tenho que fazer! (Letícia).
O banho, seguido de cremes, odores, batons, tons, lápis, brincos, colares e se-du-ção. Em segundos de minutos, se fez o perfeito, o afrodisíaco, o mistério, o belo, o anseio e o terno. Em vestido longo e fino, saiu noite adentro. Estava vampira e feiticeira, em uma noite de estrelas, que refletia em seu olhar.
A espera do ônibus e o seu percurso lhe causava tensão! Ao descer do mesmo, um pouco da tensão dela, foi substituída pelo encantamento. Pois lá, estava ele, de pé, alegre, lhe esperando. Que visão ela teve!
---Como é belo o seu sorriso! Como me trazia fe-li-ci-da-de! Está visão, não é para qualquer olhar! (sussurrou Letícia).
Ela o cumprimentou, em meio à justificativa pelo atraso.
Um, ao lado do outro, se deu início a uma caminhada, de passos um pouco tensos. Caminhada sem rumo, ou rumo certo, cheio de sorrisos, perguntas, respostas e elogios.
---Foi como uma força! Algo entrou pelo meu corpo, subiu para a alma e fez a carne toda estremecer! (proferiu Ivan, o que sentiu ao vê-la, pela primeira vez, sentada no chão do corredor).
---Tinha alguma coisa no seu olhar. Você sempre me olhava e eu evitava. O seu olhar era encantador. Era não! Ele é! Você deixava e trazia encanto por onde passasse e ficasse. Aquilo me chamou a atenção. Pois você se tornou diferente. Aquilo me encantou!!! (disse Letícia suspirando).
O tempo pode passar, mas o tempo incógnito do olhar perdura a eternidade de um beijo.
A sinceridade, presente em meio às palavras. Sinceridade vinda da pureza das crianças, que proporcionou a união deles.
A um determinado momento, não havia mais tensões, somente gargalhadas e cumplicidade. Na encosta obscura de um muro, sentaram-se e a conversa prosseguiu, acarretada de afeição, segurança e doçura, cravados em cada palavra proferida.
---Eu já te conheço um pouco! (Ivan).
---Como? (Letícia).
---Pela simples maneira, de você ser! De você agir! (Ivan).
---Como assim? (Letícia).
---Eu sou um homem observador. (Ivan).
---E o que você observou? (Letícia).
---O seu sorriso, é conquistador, derrubador. Os homens se perdem nele! O seu olhar é sedutor e misterioso! O simples ato, de você sentar no chão, mostrou simplicidade! E a maneira de falar com as crianças, mostrou amor. Mostrou que você tem muito amor! (Ivan).
Em silêncio, ela permaneceu emudecida, pela observação tão correta e certa de sua pessoa.
O tempo lentamente passava, quando começaram a surgir indagações e tentativas de um beijo. Ele veio e ela bloqueou. Bloqueou alegando, que já que ele era um senhor feudal, então era ela, quem deveria beijá-lo. E lá, se veio o beijo!!! In-des-cri-tí-vel, in-re-su-mí-vel! Afinal, o que foi aquilo? O que acontecia naquele momento? Com certeza, o mundo todo ao redor desapareceu, na primícia, daquele beijo. Se acabou, se perdeu, em suas respirações ofegantes! E foi o beijo, aquele beijo! E assim, foi concretizado, o enlace dos sentimentos!
Afeição, afeição! O afeto gerou a união, de suas almas, em um sentimento sublime, que é o amor.
Este beijo, a fez sentir, o que ele sentiu, quando a viu pela primeira vez, sentada no chão (“Foi como uma força! Algo entrou pelo meu corpo, subiu para a alma e fez a carne toda estremecer!”).
Essa noite se foi. Chegou mais um dia de trabalho e lá, estavam eles. Radiantes, brilhantes, amantes. O sorriso de um, era o reflexo do sorriso do outro.
Ela sabendo de sua presença tão perto, não se conteve, ficando mais fora da sala, do que dentro. As crianças a rodeavam, facilitando a sua aproximação sem suspeita.
Um único beijo, a fez sorrir por três dias seguidos.
O sorriso dele brilhava mais que o sol, que envergonhado, se escondia atrás das nuvens.
No decorrer da semana, em um dia, que seria como outro qualquer; já quase no final da aula dela, uma das coordenadoras, chega a sua porta.
---Letícia, telefone pra você.
---Pra mim! Quem será? Não espero telefonema de ninguém! (Letícia).
Passos indecisos, pensativos. Pessoas vinham em sua mente, menos, quem era realmente.
---Alô! (Letícia).
---Letícia?
---Exato! Quem gostaria? (Letícia).
---Você não adivinha!?
---Ah, vamos conversar um pouquinho, que eu adivinho. (Letícia).
---É alguém que gosta de lhe fazer perguntas e que não consegue esquecer o seu beijo.
---Ah, é você professor!? (Letícia).
---É! Eu gostaria que você falasse para os meus alunos, que eu não vou dar aula hoje. (Ivan).
---Ah, não! Então, eu não vou ver a cor dos teus olhos hoje? (Letícia).
---Eu não vou dar aula hoje, porque vou sair com você. (Ivan).
---Uhhh! Gostei da ideia! (Letícia).
---Estou pensando, em a gente ir para um lugar mais íntimo, reservado, quente, confortável e aconchegante. Aceitas? (Ivan).
---E tem como recusar!? (Letícia).
---Onde? E a que horas? (Ivan).
---No ponto final do ônibus! E que tal às dezenove horas? (Letícia).
---Ah, então eu vou dar aula; pois termino por volta das dezenove. Então não fala nada para os alunos! (Ivan).
---Está bem Gatinho! Um braço! (Letícia).
---Outros! (Ivan).
A felicidade, aquela felicidade, veio à tona, transparecendo no sorriso de ambos. E como efeito do futuro encontro, uma leveza veio nos movimentos e atitudes dos amantes; em cidades diferentes, com quilômetros de distância.
O tempo pode passar, mas o tempo incógnito do olhar perdura a eternidade de um beijo.
O trabalho terminou e ela foi para casa. E tudo se repetia, mas não trazia monotonia e sim leveza, beleza e amor.
No caminho do encontro, com intenções pecaminosas, ela comprou um doce de pêssegos em calda e um abridor de latas.
Ao chegar, ao encontro do olhar embriagante dele, começaram a andar em direção determinada. Ivan aproveitou a oportunidade e retirou do bolso um lápis; este por sua vez, continha estampas de bandeiras de vários países.
---Aqui está um lápis, para pagar o que o meu aluno, pediu-lhe emprestado um dia desses. (Ivan).
Ela pegou o lápis, com muito cuidado e o colocou dentro da bolsa. Aquele simples objeto, era prova viva, da existência dos amantes, da existência daquele sentimento, daquele momento. Este lápis, ela o traria para sempre.
Ao chegar a seus destinos, já com a chave na mão, ele realiza o destrancar da porta, o entrar, o fechar e o trancar.
Atirados sobre uma grande cama, inicia-se mais conversas, mais beijos, mais abraços e mais afagos.
As mãos de Letícia, leves em fulgor, iniciam um deslizar len-ta-men-te, por sobre a calça dele. O cheiro da música ouvida, através das sensações da pele e o fetiche, que sempre a acompanhou, pararam por segundos. Pararam, para se fazer ouvir, o soar ensurdecedor, do abrir do zíper da calça.
Estando ele, sobre o domínio dela, então ela o beijou, no pescoço, nas orelhas, invadindo-as, nas sobrancelhas, nos olhos, na face, se deliciando nos lábios. O pescoço, os mamilos, o umbigo, os mamilos, os mamilos... De frente para o seu sexo, coberto por um tecido de seda, beijou-o, lambeu-o, em meio a respirações paulatinas.
Ele ereto, em desespero ilícito, por não ter domínio sobre a situação, a pegou beijando-lhe su-a-ve-men-te. Em seguida, pediu para tomar um banho rápido. O sorriso dela lhe deu o consentimento, acompanhado de uma indagação:
---Adivinha o que eu trouxe para nós comermos? (Letícia).
Pensativo, ele foi e voltou do banho. Enrolado em toalha branca, seus olhos refletiam, os desejos de seu corpo. Agora, já preparado, para todos os prazeres que viriam, deitou desnudo, sobre o cinza do lençol, deixando a inocente toalha, ir de encontro ao chão.
---Adivinha o que eu trouxe para nós comermos? (repetiu Letícia, balançando o abridor na mão).
Ivan sem falas, devido à emoção e ânsia, deixou que seus olhos lhe pedissem a resposta.
Ela satisfeita pela compra, retirou da bolsa, a lata de doce em calda.
---Eu amo, doce de pêssego em caldas! Já pensou, o que um doce pode fazer!? (Letícia).
A insinuação dela deu liberdade à imaginação dele, representada por sorrisos largos de ambos.
Ela retirou a blusa de frio marrom, seguida do blusão preto; no qual veio acompanhado por uma mini-blusa de mesma tonalidade.
Com ansiedade em vossos olhares, ela pegou um pêssego, enchendo-o de calda. Deixou que a calda caísse, por sobre o pescoço e os lábios dele. Em seguida, retirou um pedaço do pêssego e colocou na boca de Ivan. Morderam, mastigaram e comeram.
Aos beijos, em teus sempre doces lábios, ela foi tirando em lamúrias de desejos, a calda por sobre a pele dele. Depois novamente, com outra concha, a encheu, deixando que a calda pingasse gota a gota, em seus mamilos, no umbigo, em sua barriga. Havia calda por todo o tronco umedecido, nas coxas internas e em seu sexo. Ao chegar em seus mamilos, ela os mordiscou e chupou. Momento este, que o levou ao deslumbramento.
---Não existe forma mais gostosa de comer doce! (afirmou Ivan).
Olor embriagante, calda estimulante, toques e suspiros.
Na profundeza de seu umbigo, a língua dela penetrou constantemente, retirando a calda. Observando que a calda, já se encostava por todo o colchão, ela retirou a saia, que era da cor da sua pele.
Estavam escorregadios, doces, levemente amarelados. Gostosos!
A umidade da língua dela tocou nas coxas internas dele, o fazendo contorcer em lamurias. Das coxas lambidas, foi ao escroto. Lambendo, chupando, sugou um por um, dos testículos, de-li-ca-da-men-te para dentro e para fora de sua boca. Puxava os cabelinhos ali existentes, mordendo no seu próprio êxtase.
Preparada para o final do início, com a pon-ti-nha da língua, tocou na abertura de sua glande; com sede e vontade de engolir, de devorar. O comportamento dela se igualava ao de um animal selvagem, diante de sua presa, diante da carne. Onde a saliva fria, pingava por sobre a sua rigidez. Sendo este animal, deixou que o membro dele, penetrasse em sua boca. Ele entrava e saia, saia e entrava. Lambia de ponta a cabeça. Chupava, chupava! Chupava no instinto de sentir e ter posse do olor de meu alimento. Sugava com voracidade, em companhia da língua que deslizava, rodava e rodopiava. Na ausência da calda, ela o encharcava novamente e o astro brilhava, para um novo recomeço. De lambida, a lambida subia, descia, inclinava, curvava, contorcia. Contorciam em doces satisfações.
---Agora é a minha vez, de comer doce! (disse Ivan, em contorções, se levantando e a dominando por sobre o colchão).
---Ah, me dá um beijo! (sussurrou Letícia).
Após o seu pedido, só se teve notícias, de beijos e calda nos lábios, pescoço, seios, barriga, umbigo...
Em seus pensamentos, Letícia não sabia que o prazer estava tão perto!
No toque frágil, quente e úmido dos lábios de Letícia, Ivan foi em seu pescoço chupando-o. Fricção veio aos seios, ao bico dos seios. Lambendo, chupando, sugando e mordiscando. Sua língua tão dura, quanto o seu membro, começou a retirar a calda da pele dela. Metia em meu umbigo e tirava, metia e tirava... Seus movimentos contínuos, incessantes, insinuantes, entorpecia o clima; o qual os deixavam com a pele resfriada.
Suas mãos firmes e fortes foram ao encontro das coxas dela, abrindo-as de forma brusca. Nesse momento, Letícia se perdeu no prazer!
Novamente de posse do doce, ele fez brilhar, os pelos pubianos dela, ao contraste com a calda. E para a tortura de ambos, ele esfregou len-ta-men-te, um doce, na abertura de sua vulva, friccionando-o. Estava frio, mas ao toque, queimava em ardências. Em meio a um mergulho profundo, ele devorou com a mesma intensidade, de sua língua rígida, o doce que estava entre os meus lábios sexuais. Ele se perdeu, no sumo dela! Após ter comido todo o doce, ele a abraçou em beijos.
Insaciável, ele mergulhou dois dedos na calda, transformando-os em línguas, que foram introduzidos em sua vagina. Ouvem-se gemidos dela, dele. Depois apenas veio, apenas um dedo molhado na calda, introduzido em seu anus. Ouvem-se gemidos dela, dele. E vieram as duas ações simultaneamente, junto com a boca e língua dele, o que levaram ambos a uma excitação extrema.
Em meio a peles sedentas, ouve-se a fusão de corpo e almas!
O tempo pode passar, mas o tempo incógnito do olhar perdura a eternidade de um beijo.
---Me dá um beijo! (sussurrou Letícia).
Beijos e mais beijos, olhos lubrificados, pele doce, intenções explícitas, escuta-se, um gemido constante e arfante, em meio a uma estaca brutal.
A pele dele, sobre a pele dela.
A pele dela, sentada na pele dele.
A pele dela, de costas para a pele dele.
Furico preenchido!
Ivan agora era o animal selvagem, beijando a fêmea em coitos ininterruptos. Domado por ela, a domava, com toda a sua força bruta!
Exaustos, mergulharam no doce suor, da água morna, corrente de um chuveiro.
Beijos e a pele dela, em pé, de costas, para a pele dele!
---Me dá um beijo! (sussurrou Letícia).
Beijos molhados, suados, lambidos, metidos!
Explosão! Vulva cheia!
Explosão! Furico cheio!
Explosão! A boca dela cheia!
Depois de Letícia beber len-ta-men-te, todo o saboroso líquido dele, ela abaixou e lambeu as últimas gotas do êxtase de Ivan. De forma, a pedir mais e mais e mais...
---Você quer me matar? (perguntou Ivan, mergulhado de realização).
Olhos fechados! Apertos, desejos, espasmos!
Com o passar do tempo, vieram outros bilhetes dele, dela, dele... E outros encontros, ao vinho, a velas, a lenços e a lá imaginação; no qual ficaram na lembrança do coração.
Nunca lhes faltou respeito, cumplicidade. E apesar dos pesares, nunca, nunca o amor lhes faltou.
Por escolha dela, um dos encontros, se daria na rodoviária; pois precisavam conversar. Mal sabiam eles, que este seria, a última vez, que seus olhares, se veriam enamorados.
Do trabalho, ele pegou o ônibus e de sua casa ela também pegou, coincidentemente, ou não o mesmo ônibus. Ao Letícia passar pela borboleta e vê-lo, seus olhos brilharam. Ainda sem ser vista, aproximou-se e em meio a um frio na barriga.
---Cuidado com o destino; pois ele pode ser perigoso! (proferiu Letícia).
Sorridente, ele ergueu os olhos admiradores. Agora juntos, seguiam, envoltos por músicas cantadas, por jovens a bordo.
A beira de uma calçada, longe de luzes fortes, sentaram e se olharam. Conversas, conversas! Revelações, sentimentos, afeições! O amor a flor da pele!
Ela o elogiava em ternuras. Elogiava o seu sorriso, o seu olhar; enfim, todo o conjunto de sua beleza total.
Ele por sua vez, dizia que a beleza dela é incomparável a dele.
Ela estava com o peito cheio e declarou o seu amor em palavras. Amor que antes, era só demonstrado.
A angústia se apresentou; pois não tinha como ela, amar um homem intocável. Pois o tamanho do seu amor por ele era refletido, no tamanho da aliança dourada, contida na mão esquerda de Ivan.
Medo e muita angústia, de um futuro inexistente. O que fazer? Romper?
A ansiedade, veio aos olhos avermelhados e úmidos dela, querendo um beijo, sem poder. Amando e tendo que romper! Com o seu amor em demasia, talvez fosse, o melhor caminho.
Olhares dolorosos, lábios quentes e secos! As mãos postas, que não podem ser tocadas! O adeus! O adeus! O adeus...
Ele ao ônibus entrou e ela no chão ficou. Os olhares agora, distantes, rasgantes, lacrimejantes.
Teria sido, realmente, o melhor caminho??? O seu nome, no coração de Letícia, ainda quer dizer: o desejado, o amado, o sonhado! Ela nunca pode dizer, que não encontrou o amor! Pois o encontrou e o amou!
2048, o lápis de escrever, que continha estampas de bandeiras de vários países, continuava em queda livre. Lágrimas escorriam continuamente, dos olhos de Letícia. O vento, que da janela se atrevia entrar, tentava acalentar a sua alma, fazendo alvoroço no vestido. Um dor, enorme, veio ao peito. E num estalar, o lápis tocou o chão; seguido, pelo vestido bege claro, com manchas marrons.
“Não sei o que você vai fazer
Para esquecer de mim, de mim
Tirar da cabeça uma história
De amor grande assim, assim
Para de frente ao espelho e vê
A sombra de mim em você
Compra revistas mais não lê
Por que não consegue esquecer, de mim
Eu amo você demais
Pra me ver no cinema sem você
Eu amo você demais
Pra me ver numa festa sem você
Por ai sem você, amor não sei viver
Por ai sem você, amor não sei viver.”
Letícia Luccheze.
Conto escrito, para o professor de Música, Wesley Mariano de Oliveira.
O VESTIDO SE TRANSFORMOU EM FOLHA SECA
O ÊXTASE CONDENSAVA OS INSTANTES
OS GEMIDOS PARECIAM UMA SÚPLICA
COBERTURA DE CREME, SOBRE O SORVETE DE CHOCOLATE