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Cecília e Tomás - 4. Recife

Enviado por: CeciliaTomas - Categoria: Outras

Outra despedida em São Paulo, depois de 3 dias incompletos juntos mas que pareciam muitos mais tamanha a intensidade.
Naquele dia, depois de o Tomás chegar à sua cidade, ele me telefonou à noite como de costume. A Cecília que tinha reprimido emoções durante anos libertou essa parte dela romântica, emotiva e sensível novamente. Isso com o apoio e incentivo do Tomás. Ele queria ver aquela menina de novo nos meus olhos. E voltou a ver. Eu voltei a ser. Tanto que, naquela noite, antes de atender o seu telefonema eu estava chorando, chorando de saudades, colocando pra fora o que estava sentindo. Não era totalmente ruim. Sempre reprimi o choro, não me permitia fazê-lo na frente de ninguém e mesmo sozinha, muitas vezes secava as lágrimas para poder seguir em frente. Mas esse novo mundo velho que eu estava reentrando me permitiu sentir novamente.

O Tomás e eu tivemos uma conversa curta naquela noite. A chamada estava com falhas e eu também falhei em esconder o meu choro (ainda que tímido). Passou-se o fim de semana sem notícias dele, o que era estranho. Mesmo sem poder falar direito, ele dava sempre um jeito. Nem que fossem 2 palavras, "Amo você". Essas valiam por uma tarde de conversa.
Mas aquele fim de semana foi estranho, esquisito. Teria ele se assustado com a minha insaciedade? Teria eu dito ou feito alguma coisa que ele não gostou?

Quando finalmente ele me manda mensagem, 3 dias depois pedindo desculpas pela ausência, perguntei o que tinha acontecido pois não era normal ele "sumir".
Precisava por a cabeça no lugar, disse ele. "Estou muito confuso. Dividido. Cheguei pensando em chutar tudo para o alto, mas vi que isso não é fácil."

Fiquei sem chão. Tínhamos um mundo só nosso e ele estava prestes a jogá-lo pro lixo, comigo dentro.

"Não duvide do que sinto por você. Mas não quero impor a você um relacionamento escondido. Mas essa situação pode se estender por muito tempo. Não tenho como me separar num curto espaço de tempo." Depois disso, como não duvidar de tudo? Se um dia estamos bem, bem até demais (se é que existe limite para se estar bem), de repente tira-me o chão? Não queria aceitar essa mudança. Não houve briga, acho que não fiz nada de errado a não ser não ter escondido o choro direito. Mas acho que tinha esse direito. Estava com saudades, com insegurança do que ele sentia por mim, a ligação estava ruim e fiquei na paranoia achando que ele estava cansado de mim depois daqueles dias e horas de sexo insaciável.

Ele simplesmente quis voltar atrás. Mas atrás pra onde se ele mesmo disse que depois de termos dado o primeiro beijo era difícil e depois de fazermos amor pela primeira vez era impossível voltar atrás? Eu não aceitava aquilo. Não conseguia entender essa reviravolta, mas parece que essa palavra persegue a nossa história.

Daqui a 1 semana o Tomás e eu estávamos planejando passar uns dias em Recife. E agora? Não sabia se ia, se não ia.
Liguei-lhe. Não conseguia continuar uma conversa por mensagem. Na verdade nem por telefone mas era o que era possivel. Queria falar com ele olhos nos olhos. Por fim, a conversa por telefone parece ter dado uma aliviada nessa reviravolta. Eu não queria vê-lo daquele jeito. Não queria perdê-lo e queria que ele soubesse que não iria me perder por não "aguentar" essa situação. O estrago já tinha sido feito. Não dava pra passar uma borracha no que vivemos e no que sentimos. Mas a partir daquele dia eu já só falava por mim... no que sinto. Eu, que poderia ser a pessoa mais inconstante da relação (amor, ciúmes), acabei por ser a que aguentou melhor durante esse tempo. Não que não houvesse ciúmes e alguns momentos mais difíceis de lidar, mas não pensava "chega" ou "não sei se aguento mais".

Chegando lá no hotel em Recife, fui para o quarto trabalhar no computador e esperar pelo Tomás. Já tínhamos nos "acertado" quanto a essa tensão que tinha havido e agora só restava tratar da tensão sexual.
A ansiedade era a minha companheira de quarto. Mais uma vez imaginando-o entrar e eu dando todos os beijos que pensei em dá-lo todo aquele tempo longe, os cafunés no seu cabelo gostoso e todo o tratamento especial no corpo todo que gostava de dar.

Levei uma champagne e fui comprar morangos. Típica cena 9 1/2 semanas. Mais uma ideia que surgiu (e estava pondo em prática) ao falarmos sobre esse filme durante as nossas conversas. Uma outra cena do filme seria o strip. Também ensaiei sozinha, salvei a música no celular, levei uma saia preta, meia calça, salto alto, tudo para compor a coreografia. Só tinha me esquecido de levar na mala a coragem. Não sei se foi a vergonha ou a falta de tempo (ou os dois) que acabei por não mostrar a minha performance desengonçada. Deixa para uma próxima oportunidade, pensei.
O tempo, mais uma vez, foi o nosso vilão. Foram poucos dias mas tentamos aproveitar ao máximo, como tinha sido até agora. Experimentamos posições novas (entre nós e para mim). 69 até então era só um número na minha vida. A partir dali, vi como esses dois números ficam tão bem juntos!

A entrega estava sendo mútua. Da parte do Tomás, durante essa matemática, juntamos mais um buraco à equação. O famoso "fio terra" estava sendo testado nessa relação que continuava a soltar faíscas. Mas o choque de realidade estava próximo mais uma vez...

Voltamos às nossas vidas, cidades, com mais memórias na bagagem, mas sem pagar excessos. Excesso entre nós não existe, não é cobrado. Tudo flui com naturalidade. O que um pensa, quer, deseja, o outro está disposto a fazer. Tudo a nível sexual pelo menos.

Dali a 3 semanas o Tomás arranjaria um pretexto para ficarmos mais uma vez juntos, dessa vez no Rio. Confesso que vê-lo a tomar a iniciativa para nos encontrarmos é afrodisíaco.

Contagem regressiva novamente para outro episódio da nossa tortuosa e complicada relação. As ligações diminuíram. As mensagens também. Fico pensando se aquele episódio pré-Recife fez estrago. O que o Tomás não conseguia entender é que o estrago já estava feito, assim que ele disse que tinha certeza de que queria me beijar e o fez. Assim que me disse que estava louco por mim. Que me amava. Que não conseguia parar de pensar em mim. O estrago era bilateral. Mas era um estrago bom (se é que isso existe). Desde o início dessa relação "estragada" comecei a ver várias coisas de uma outra maneira e a questionar outras. Pode um homem amar duas mulheres? Como pode alguém se sujeitar a uma relação sem futuro? A primeira não consigo responder. A segunda questão eu respondo que "não sei". A única certeza que tenho nesse momento é que quero tê-lo por perto, mesmo que longe a maior parte do tempo. Mas não tenho certeza se ele me quer.

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