Nessa mesma conversa, após três bofetadas consecutivas, o Tomás me dá uma quarta, de certa forma.
"Minha irmã está indo de férias para o Guarujá semana que vem. Vão todos. Irmã, cunhado, mãe, pai, sobrinhas", disse-me, mandando o comprovante da conversa.
De início, achei que era só uma mudança de assunto. Quando fui ver a distância entre Santos e Guarujá, estava explicado o porquê desse assunto repentino. Até então não tinha entendido o que a irmã, "todos", tinha a ver com o resto da conversa. Ok, a quarta bofetada estava confirmada. Por mais que não tenha sido ideia dele (acho que não), o Tomás já estava planejando ir para o Guarujá quando há alguns caracteres atrás estava justificando por que não daria para eu ir e passar mais do que um dia com ele. Tinha muito trabalho, não tinha horário para sair do expediente e levaria o expediente para o hotel. Agora devia passar oa dias depois do trabalho com a familia.
Eu não queria implorar por atenção, não queria exigir mais do que ele podia me dar, mas parecia que ele não estava querendo me dar mais nada. A Cecília romântica, porém desiludida, que tentava sobreviver na selva, só se perguntava agora por que foi deixada lá como um cão abandonado, ou como uma cadela, nesse caso. "Bitch". Deve ser o que qualquer um deve pensar de mim ao ler esse conto (não conto com muitos leitores, pelo menos). A sociedade julga. Mas somos pecadores, todos nós. Ninguém consegue entender o que o outro está passando se não tiver passado pelo mesmo. Eu sempre ouvi piadinhas e julgamentos sobre quem traía, eu própria tinha esse preconceito. Não queria o Tomás de início por achá-lo "galinha". Mas agora, tendo passado por tudo isso, vejo que não é fácil. No entanto, continuo insistentemente achando que pra tudo se dá um jeito. Como diz o meu pai, "só não se dá jeito para a morte". Mas como dar um jeito se o Tomás que eu conheci parecia estar morrendo? Eu estou morrendo também com isso. Tenho medo que a minha mãe morra. O meu pai também. Nos últimos 2 anos, só lidei com possibilidades de perdas na minha vida. Há 4 anos lidei com perdas efetivamente. Não queria lidar com mais nenhuma perda por enquanto. Um pouco mais de amor, por favor, como dizia uma placa que vi numa loja.
Depois de ele ter jogado essa novidade do Guarujá, eu não tive coragem para respondê-lo. Iria dizer o quê? "Tudo bem"? A minha opinião não importava, nem devia. Ele é livre para fazer o que quiser. Ele não é livre para fazer o que quiser. Eu leio as duas frases e ambas fazem sentido. Então, não disse nada. Achei que aquela era a deixa para que eu me recolhesse à insignificância que tinha me tornado na sua vida. Ele merece estar com os pais, com a família, mas eu também queria merecer alguma coisa na sua vida.
O Tomás diz que ele não pode me dar tudo o que eu mereço, mas por não conseguir me dar tudo, fico sem absolutamente nada? Passei da sua top list para a lista de indesejados?
Essa notícia foi dada numa quinta à tarde. Hoje, segunda de manhã, encontro-me no meio do vôo para São Paulo, sem saber se teremos a oportunidade de nos vermos, nem que seja para eu lhe dar um tapa. Uma bofetada. Ou pelo menos quatro, pelos últimos acontecimentos porque se fosse dar bofetadas por tudo o que ele tem me feito ultimamente, seria uma sessão de chibatadas. E aí, não sei se voltaríamos ao mundo bdsm...
Paro do lado de fora do desembarque e olho para a porta por onde havia acabado de passar imaginando se o seu vôo seria naquele horário também. Provavelmente não, mas seria tão bom nos esbarrarmos ali sem contarmos com isso...Vejo a tela de vôos: Rio de Janeiro, vôos cancelados devido a alterações meterológicas.
Ainda parada, vejo um casal se reencontrar com um beijo e um abraço q dava pra sentir a saudade dos dois. Era essa energia que eu queria para nós. Mas o nosso cenário estava nebuloso.
Nenhuma mensagem dele. Vontade não me falta de mandar uma mensagem de "bom dia, lindo, cheguei/estou em São Paulo", despretenciosamente ou não. Mas, como já disse antes, não sei mais lidar com ele.
Ele some, não insiste em manter uma conversa como antes, voltar a mantermos o contato, voltar a termos um ao outro. Ele me diz que eu não devo me retrair, para mandar mensagem quando eu quiser. Mas ele está me fazendo sentir a mais com esse discurso de consciência e questionando a minha sanidade mental por ainda o querer.
Em vez disso, deveria me mandar mensagem de bom dia todos os dias, como sempre foi.
O papel de sub não lhe foi retirado. Ele deveria ainda ser o meu servo. Eu não queria lhe dar carta de alforria. Eu, como switcher no momento, espero o seu próximo contato, com tesão sem "n", e lhe darei dever de casa ao assumir as rédeas novamente como dom:
1. Assistir Outlander, temporada 1, episódios 7 e 8, pelo menos.
2. Outlander quotes para decorar e entender de uma vez por todas :
"Is it usual, what it is between us when I touch you, when you lie with me. Is it always so between a man and a woman?"
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"Does it ever stop...the wanting you?"
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"You could have forgotten him with time" said Frank
"That amount of time doesn't exist" answered Claire
3. Dar ouvidos ao Márquez:
“É possível estar apaixonado por várias pessoas ao mesmo tempo, e por todas com a mesma dor, sem trair nenhuma”
4. Passar numa perfumaria todas as semanas e pedir uma amostra do The One - Essence, do Dolce e Gabana. Colocar no bolso da camisa.
5. Ler sobre poliamor
Cecília e Tomás - O (re)encontro
Cecília e Tomás - 5. Testando limites
Cecília e Tomás - 6.Reviravolta