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Cecília e Tomás - 8. Nós

Enviado por: CeciliaTomas - Categoria: Outras

Uma semana quase se passou entre conversas ligeiras em intervalos de 2 a 3 dias.

Eu já não sabia como lidar com o novo Tomás. Se antes eu mandava um "bom dia amor" ou uma mensagem mais safadinha no meio do dia sem pudores, agora não sabia quando nem como devia contactá-lo. Espero pela vontade dele, enquanto ele fica achando que eu é que não tenho vontade.

Durante um curso chato, ele me manda mensagem. Não que eu não tivesse gostado, mas será que ele ainda tinha mesmo vontade de falar comigo ou eu estava me tornando apenas uma companhia/distração para horas chatas?
O departamento de Segurança no Trabalho resolveu dar uma aula de nós. Queria que alguém desse uma aula de "nós" para ele, nós dois. Dizer que nós existimos, fazê-lo lembrar o que sentiu quando me reencontrou, o que sentiu naquele St. Patrick e o que ele me disse nas semanas a seguir. Ensiná-lo a não desfazer o que foi feito, ensiná-lo a lidar com essa dualidade que ele tanto fala agora (antes não parecia haver ou pelo menos incomodar tanto ao ponto de eu saber que ela existia). Queria que alguém o ensinasse a não me esquecer, a não sumir, a não parar de falar comigo e me ver. Mas aquela aula era apenas de simples nós. Cordas. Esses nós já ligavam o botão da parte da minha mente safada (nunca gostei dessa palavra, mas ele começou a usá-la como um elogio e não como algo perjorativo que sempre me foi passado). Lembrei-me logo de São Paulo, onde levei os acessórios. As nossas conversas já eram mais safadas desde então e juntou o seu passado BDSM à minha inexperiência e curiosidade... resultou numa vontade de experimentar amarrá-lo mais uma vez.

Eu tentava colmatar a minha inexperiência e vergonha com EAD. Chamava o xvideos de ensino à distância. Trocávamos links de videos que achávamos interessantes, mais ele do que eu. Afinal, ele era o meu tutor. Um deles, um filme chamado Duplo Amante. Bem sugestivo, adequado à nossa situação. Mas, nesse filme, a mulher é quem tinha dois homens! O filme era francês. Para além de eu não saber muito a língua, queria passar o filme rápido para poder discutir logo sobre ele com o Tomás. Basicamente eu pulava para as partes "quentes". Uma delas, a mulher assume o papel de dominadora e o homem é penetrado por um dildo amarrado a ela. Focamo-nos nessa cena. O Tomás já tinha sonhado comigo transando com outro homem na sua frente. Isso deixava-o com raiva e tesão ao mesmo tempo e acordava sempre excitado, confuso e perturbado. Parecia que o Tomás estava interessado em experimentar a troca de papéis.

Tomás, o submisso.

Inicialmente não acreditava ser possível. Eu ainda confundia um pouco as diferenças entre estar submisso, entregue, viciado,... talvez por querer que ele fosse tudo isso junto comigo.

Numa conversa durante esses dias, estávamos chegando a um ponto de tensão novamente (por que tinha que aparecer esse "n" nos pontos da nossa conversa?!).

"Estou cheia de dedos ainda pra falar com você porque você mudou comigo. Queria estar cheia de dedos era em você! (A última frase foi a minha tentativa de aligeirar as coisas...)", desabafei.

"Quantos dedos?"

"Estou cheia de dedos ainda (são os 10 juntos). A vontade de estar cheia de dedos em você...é um em cada lado."

Pouco depois, voltamos a um ponto de tesão novamente. O Duplo Amante seria o meu EAD para talvez uma aula prática mais adiante. Discutimos sobre acessórios e o chicote foi inicialmente um ponto de discórdia. Só que eu queria usá-lo. "Você está merecendo!". "Sim, minha Rainha".

"Quem te autorizou me chamar de Rainha?"

Quando vi, já estava a determinar como ele estava autorizado a me tratar: Minha Dona. Era isso que eu queria ser dele, estando num papel ou não, então acho que foi mais fácil incorporar. Observava o seu comportamento, a colocação das suas palavras como se estivesse aprendendo "ao vivo", quase que na prática como era ser dom e ter um sub. Já me familiarizei com os termos e ele ia me ensinando outros.

Em paralelo, quase como dever de casa que eu própria me propus, ia vendo artigos e vídeos sobre como era ser uma dominadora. Eu imaginava uma daquelas personagens de circo com shortinho, botas e cartola onde chicoteava o leão. Era "quase" isso.

O Tomás também me enviou alguns vídeos e artigos. Acho que ele gostou do meu interesse. Não sei se percebeu também o meu entusiamo de poder dar ordens a ele. Eu nunca achei ter esse perfil. Gostava quando ele me pegava de jeito e me tomava nos seus braços, quando empurrava as minhas pernas com os seus joelhos na cama, me abrindo para ele, quando eu o provocava com um quase-beijo e ele me pegava pelo pescoço à força me beijando com vontade... Eu fantasiava cenas onde ele me empurrava contra a parede e "forçava" um beijo que eu também queria. Eu definitivamente era sua sub. Mas agora estava experimentando a troca de papéis.

"Bjos Minha Dona. Durma bem meu amor", ele escreveu. Adorei. Era o melhor de dois mundos: o mundo BDSM e o nosso mundo outra vez.

Ele iria voltar a me chamar de "meu amor" outra vez? Era o que eu mais queria. Será que eu, como dom, podia ordená-lo a me chamar assim?

"A minha Dona pode tudo", uma vez disse, noutra ocasião. Pelos vistos, nessa também poderia, mas eu queria que ele voltasse a me chamar, não para obedecer a uma ordem, mas porque quisesse me chamar, sentisse que eu era o seu amor.

Ser sub estava lhe excitando. Não sei como pois era a primeira vez que eu estava assumindo esse papel, uma versão beta desengonçada de dominatrix.

Poder lhe dar ordens (não todas que eu gostaria, afinal, até mesmo no mundo bdsm há limites) e ver a sua submissão também me excitava.

"Está excitado? De pau duro? Você só deveria ter vontade (ou mais vontade) comigo", disse-lhe.

"A vontade que eu tenho com você é diferente. Performar várias vezes numa tarde, dia ou noite. Só com você". Ainda não sabia até que ponto era apenas resposta de um sub num jogo ou se as suas respostas eram honestas, mas, por ora, eu me contentava.

A casa de swing voltou a ser tema de conversa . Será que dessa vez teria (mos) coragem? Bom, coragem não me falta quando se trata dele. Não sei se ele teria. Sentia que o Tomás estava perdendo a coragem para tudo. Sentia falta do Tomás excitado, entusiasmado, cheio de vontade, sem travas nos seus sentimentos por mim. Será que já não havia sentimento? Essa questão sempre voltava à tona. Será que eu me tornei apenas um objeto de prazer?

A sua fantasia comigo e outro homem continuava. Ele perguntava se eu reconheceria o seu pau num glory hole. O Tomás se excitava com o risco de eu não acertar. Eu não queria chupar outro homem, mas me intriga descobrir se eu reconheceria o único pau que já me deu tesão só de olhar.

Mais tarde, envia-me um texto como se tivesse extraído de algum conto erótico.

"Gostou?"

"Sim", respondi-lhe.

"O que Minha Dona terá feito?"

Era uma cena parecida com o seu sonho recorrente, mas sem voyerismo. Eu havia estado com outro homem no hotel onde esperava pelo Tomás, o meu sub, e "coisas" aconteceram depois de algumas taças de vinho. O Tomás me instigava e eu desenvolvia em tempo real um sentido de autora de contos eróticos.

Já tinha lido alguns, poucos. Achava sempre explícitos demais. Os autores começavam (quase) sempre descrevendo o seu próprio corpo e a sua idade e terminavam dando fechamento à sua história muito rápido, como se tivesse gasto a maior parte dos caracteres entre pica e buceta e depois tinham que terminar, ou não tinham mais paciência para continuar.

Eu não sei se conseguia escrever assim. Essa primeira história foi criada por nós dois ao mesmo tempo, à medida que íamos conversando por mensagens de texto. O Tomás que começou, ele adicionava contextos e detalhes à medida que eu ia tentando descobrir onde isso ia dar. Eu gostei da experiência, mais uma. E nós fazíamos parte da história: eu como dom, ele como meu sub. Era uma conversa ssc (sã, segura e consensual), onde o "n" provavelmente não apareceria na palavra tesão.

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